Sexta é dia de conversa entre mamãs e hoje veio cá a Nay (estive em casa dela na segunda, é favor lá darem uma saltada).
Sou "Nay", mãe de um ser perfeito, pelo menos aos meus olhos, que é a Miss.Moony.
Sempre disse que não queria outro filho porque acho que esgotei a minha sorte à primeira e a verdade é que não estou nada arrependida!
Então diz-nos cá Nay, que tens aprendido nisto da maternidade?
Tanta coisa... Mas acima de tudo aprendi o que é amor incondicional, aquele amor sempre e para sempre.
Aprendi que a minha mãe tinha razão ao dizer que depois ia ver quando tivesse os meus filhos :D
Aprendi que realmente "estamos sempre a aprender", eles têm tanto para nos ensinar!
Como esperas que a tua filha te recorde daqui a uns anos?
Com amor claro...ahahah
Agora a sério, quero que me recorde como alguém que tentou sempre fazer o melhor...posso não ter conseguido algumas vezes mas tentei.
E as birras Nay? Continuam? Nem por isso? Como reages quando elas surgem (ou surgiam)? Não nos escondas nada.
Neste momento as "birras" traduzem-se em "já vou", "depois faço"....
Resolvo como sempre resolvi...1...2.... :D
Acho que vou começar a adotar esse método. O problema é o puto achar que é contagem para brincadeira... Elucida-nos, ou tenta vá, como é ser mãe de uma adolescente?
Por enquanto não está mal mas até tenho medo de agoirar.
Não temos tido grandes conflitos e quando aparecem resolvo como sempre o fiz quando era pequena, com diálogo.
Enquanto os outros pais falavam com os filhos com cutxi-cu e gugu-dada, nós dizíamos "é assim porque...", " se fizeres isso pode acontecer..."
Lá nisso tenho de dar créditos ao meu homem que sempre fez questão que assim fosse e não correu mal.
Tento fazer isso e a verdade é que mesmo com 18 meses parece que percebe, raça do miúdo. Nós, as mães, fixamos tu-do. Há algum momento que tenha marcado mais?
Opah tantos...
Houve um quando ela tinha cerca de 3/4 anos, ela nunca suportou que eu estivesse zangada com ela, e numa noite em que já não me lembro porquê, estava chateada com ela quando a fui deitar à noite.
Ela pediu desculpa mas como estava mesmo muito chateada, disse-lhe que amanhã falávamos. Dei-lhe um beijinho, apaguei a luz e fui para a sala, nisto quando me volto estava ela atrás de mim e juntou aos mãozinhas uma à outra, desata a chorar baba e ranho e a dizer "oh mãe por favor perdoa-me"...
Não sabia se havia de rir ou chorar, tive tanta pena da minha pulguita!!!
Mais recente, no ano passado, quando estava a ser vitima de bullying e um dia quando a fui pôr à escola me disse, com lágrima nos olhos "oh mãe não quero ir".
O que tu fazes nessa situação?!?! Ficas com o coração pequenino de tanta dor e aquela carinha gravada na minha mente para sempre!
Bolas... É difícil pensar nisso, confesso.
Sendo a tua filha mais autónoma tens a gestão do tempo facilitada ou nem por isso?
Ainda não é bem autónoma, mea culpa que não resisto em facilitar-lhe a vida sempre que posso.
Mas é totalmente diferente de quando são pequenos, já conseguimos ter algum "me time".
Que conselho darias a futuros pais e a pais com miúdos prestes a entrar na adolescência?
"tamo junto" :D
Olha, encham-se de paciência recordem-se que já lá estiveram... depois... tudo passa, até as fases menos boas!
Coragem!
Para terminar, peço-te que definas a maternidade numa só palavra e expliques a tua escolha.
Xiii...
Infinidade.
É um amor infinito, uma aprendizagem constante... é uma infinidade de coisas boas!
Lá isso é Nay, acho que todas concordamos contigo. Mesmo nos maus dias.
Muito obrigada por cá teres passado - apesar de toda aquela confusão de conversas - foi um prazer conhecer este teu lado, tal como a tua filha!
Excusado será dizer que não faz pevas de ideia sobre quem é a Magda, pelo que recebi como resposta um olhar interrogativo e um encolher de ombros como quem "não vale a pena. Pirou de vez."
Que talvez (e só talvez) haja alguma razão naquilo de as mulheres falarem muito e nunca estarem caladas. Mesmo que o diálogo não implique o uso da voz.
E eis que o Caracolinho chega aos 18 meses. Aquela idade espetacular, altamente desgastante, com descobertas constantes a um ritmo alucinante. O puto parece uma esponja, num dia faz uma coisa, no dia seguinte já lhe junta outra habilidade, depois outra e mais outra... Só lhe falta mesmo falar, ainda só diz mamã, papá, cão e olá. Se não me enganar, será uma gralha de tanto palrar que se ouve. Não faço ideia a quem sairá...
Assim, aos 18 meses, Caracolinho adora:
- Dizer olá;
- Falar ao telemóvel;
- Ouvir música;
- Correr;
- Brincar com os cães;
- Lavar os dentes (ou deverei dizer comer a pasta?);
- Trepar coisas que não lembram ao diabo;
- Subir e descer degraus com ajuda;
- Sentar-se sozinho;
- Jogar à bola;
- Andar de triciclo (ou deverei dizer ser empurrado no triciclo?)
- Desarrumar os brinquedos acabadinhos de organizar (não por ele, lógico);
- Bolachas, de aveia preferencialmente;
- Explorar com eximia atenção e pormenor objetos que não lembrariam ninguém (o último foi a piaçaba);
- Ralhar, com ninguém em especial, só mesmo porque sim, porque lhe apetece;
- Dançar e bater palminhas ao som do último hit do Panda.
Também já capaz de identificar pessoas com o olhar (onde está a mamã?), de dizer que não, de reconhecer um pedido (dá-me os Tupperwares, dá-me um bocadinho da tua bolacha) embora nem sempre o conceda, reconhece palavras várias, aumentou exponencialmente o volume e drama das birras (a Prima Vera acha o máximo e garante que o rapaz tem pinta nas birras) e descobriu que girar sobre si próprio durante a teimosia é muito mais original do que o bater de pés e mãos, já mais visto. Aliás, se há área onde o puto tem mestria é nas birras, tenho que lhe tirar o chapéu. A coisa começa com uns guinchinhos, um "ai que me passo já aqui" em crescendo, um choro sem lágrimas, um sentimento muito profundo, umas voltinhas sobre ele próprio, por vezes a bater o pé ao mesmo tempo, e um amarrar de chibinho do mais profissional que já vi. E não pensem que o enganam: não lhe dão o que ele quer e fica ali no chão, sentado, amuado, sentido, barafustando sozinho até encontrar outra coisa para fazer.
Há dias em me tira do sério, que me apetece coloca-lo a dormir mal entro em casa, mas depois... Depois sorri, mostrando os seus dentinhos pequeninos, faz aquele ar de mafarrico e safadola, dá abraços e beijinhos babosos e eu não tenho outra escolha a não ser esquecer tudo o resto.
Sou uma condutora às direitas, como provavelmente já perceberam. Conduzo com prudência, tenho sempre o pé pronto no travão, reduzo com o motor e assinalo sempre a mudança de direção. Mesmo quando faço uma curva. É ver-me ali a ligar o pisca, indicando a direção da curva. Sou ou não sou uma condutora amiga?
Juntar meia dúzia de pessoas que talvez alinhem na loucura.
Sermos meia dúzia.
E depois uma dúzia.
Dúzia e meia.
E, de repente, estarmos quase nas duas dúzias.
Ver acontecer aquilo que idealizamos, ouvir a ideia de um, escutar o pensamento do outro, em conversas cruzadas - e às vezes perdidas - sentindo que de facto as pessoas continuam a importar e que é isso que nos mobiliza a todos... É espetacular.