Imbuída pelo espirito de férias e verão que reina cá por cá casa, convenci o homem a comprar uma piscina para o miúdo. Uma daquelas baratas, que se amarfanham todas num canto para não ocupar espaço quando não estão a ser usadas, coisa pequena, que estorve pouco, só para o puto ter um pequeno lago para chafurdar.
O homem acede, eu dou pulinhos de alegria e vamos ambos, os três, à lojinha dos senhores que vendem tudo mais próxima para a aquisição da coisa.
Isto tinha tudo para correr bem, não fosse nenhum de nós ter olhado devidamente para a área que diz "dimensões" e trazermos um lava-pés, em vez de uma piscina pequena.
Para terem noção do tamanho: o puto pegava nela - vazia, obvio - com a maior das facilitades e enviava-a na cabeça, tipo chapéu de carnaval.
- Estou mesmo a ver ele a virar aquele merda com água pela cabeça abaixo. - comento com o homem.
- Acho que aguenta até quinta feira. Apostamos?
Enquanto uma pessoa saca os trocos do bolso para celebrar a aposta, que não, claramente não ia durar tanto tempo, o puto, enfiado dentro do lava pés, mostrando com quantos paus se faz uma canoa e como a sua mãe tem sempre razão, decide morder a borda da piscina, libertando-a do ar que a mantinha firme (?).
É por isto que o ditado "a mãe tem sempre razão", está certinho.
Colegas a falar do europeu de futebol, mais os russos e o diabo a sete, quando são questionados pela Caracoleta: - Não estou a perceber, isto não é o Europeu de futebol? Que raio faz a Rússia a jogar nO europeu? Ninguém me respondeu condignamente (ainda me mandaram ligar para a UEFA a reclamar), pelo que lancei a pergunta seguinte: - Entao e Portugal? Já jogou?
Consta por aí que um bando de passarinhos voaram até aqui só para te desejar um feliz dia.
Uns pássaros tontos, sonhadores, que acham que, vai na volta, e isto afinal não são só blogues.
Pássaros gralhas, sempre piu-piu, com alguma coisa a acrescentar, alguma piada a lançar, algum comentário a tecer.
Pássaros do sul, que tantas vezes perderam o norte, não havendo bússola que lhes valesse, entusiasmados em encontros, em altíssima cavaqueira, em partidas várias, em conversas cruzadas.
Pássaros com um nome em comum no bico: Mula. Com um objetivo comum: tornar o teu casamento (ainda mais) especial, levar-te às lágrimas, ao riso e a perder ainda mais o juízo (até rimo, hã?).
Do voo que me tocou, quero só desejar-te um feliz dia. Que seja Grande, que seja Especial, que seja o começo de algo bom, duradouro. Que os dias bons compensem os menos bons. Acima de tudo, que sejam felizes, todos os dias.
São uma parte de nós, muitas vezes a pior, a que não queremos que ninguém veja. O nosso lado menos politicamente correto, onde somos todas muito francas, sinceras e frontais, porque é muito fácil sê-lo atrás de um ecrã e sob o anonimato. Onde se mandam postas de pescada para o ar e quem quiser que as apanhe, embrulhe e leve para o jantar. São muitas vezes o nosso diário, o nosso álbum de memórias, onde rascunhamos para os outros, mas maioritariamente para nós, como se fosse um eco do nosso pensamento.
A bloga é muitas vezes, palco dos melhores espetáculos, onde atuam os mais variados artistas que nos deliciam na sua mestria de trabalhar as letras e palavras ao seu agrado. Noutras vezes, poucas, é um campo de batalha, onde se instalam as entrelinhas, os sussurros, o diz que disse, os bitaites para ninguém mas que servem a toda a gente.
Por estas bandas, criam-se laços, empatias maiores ou menores, descobrem-se pedaços de arte escrita ao virar da esquina. Há humor e humoristas. Há sarcasmo, ironia e sátira.
Eu, que não passo de uma lesma precavida com a casa às costas, divirto-me com os dois: os que não são só blogues e os que apenas o são.
Sou a Vera, tenho 30 anos e fui mãe aos 21 de um menino chamado Rodrigo, com 9 anos.
Ui... Já é grandinho o Rodrigo, achei que era mais novito. Estava aqui pronta para te perguntar pelas birras, mas se calhar já não tens direito a tantas. Ou tens? Lembraste de alguma gira para partilhar?
Birras? Sim, todos os dias há birras lá em casa.
O Rodrigo é uma criança de extremos, com uma personalidade forte e tenta sempre vencer a dele. Como tem a quem sair, claro, a mãe não lhe facilita a vida e ouve muitas vezes o "NÂO!".
Lembro-me de uma birra recente, nu aniversário de uma amigo em que ficou muito chateado por ser o primeiro a vir embora. Mal entrou no carro chorou, esperneou, gritou, fez chantagem, enfim trinta por uma linha.
Ah, que birra tão bonita! Mesmo daquelas de levantar o volume capilar a qualquer mãe.Tens alguma táctica infalível para lidar com as teimosias?
Entre nós os dois há muita conversa, digo-lhe que quero ser a melhor amiga dele, tento-lhe explicar o bom e o mau das situações. Por norma, ele acaba por ver que está a fazer mal, muda a postura e acaba a birra. Em último recurso - e por vezes fundamental - entra o castigo.
A maternidade é um desafio constante, as birras são apenas uma parte, não achas?
Sem dúvida que o maior desafio da maternidade é educar É um desafio todos os dias e fico sempre com a dúvida se estarei correta.
Estamos em sintonia. Daqui a uns anos e olhando para trás, como esperas que o Rodrigo te recorde?
Com muita ternura, como uma amiga que está ao lado dele para tudo.
Trabalhas com crianças todo o santo dia, quarenta horas por semana. Sentes que isso te ajuda na qualidade de mãe ou nem por isso?
Nem por isso.
A única coisa positiva é a experiência e aprendizagem que temos todos os dias.
Tudo o resto é bastante complicado. Chego a casa já sem paciência, psicologicamente cansada, farta de barulho e o Rodrigo acaba por levar um pouco por tabela. Tenho que admitir que há dias em se ele falar um pouco mais alto, fico possuída e não tolero nada.
O que de melhor tens aprendido nisto da maternidade?
Aprendi a dar o devido valor à palavra "mãe".
Sinto que, enquanto filha, podia ter demonstrado à minha mãe o quanto a amo. Tenho muita dificuldade em demonstrar os meus sentimentos, principalmente a ela.
Para terminar, se tivesses que definir a maternidade numa só palavra, qual escolherias?
Vida.
É o Rodrigo que me alimenta e me dá forças para continuar esta caminhada.