Ontem, imbuída no espírito do romance romântico, encomendei um bolinho alusivo ao dia numa confeitaria. Pedi uma coisa simples, sem grandes piroseiras, uma coisinha assim gira sem ser excessiva.
Quando o fui buscar, vi logo isto:
Porquêeeeeeeeeeeeeeeeee?! Digam-me: para que raio espetaram ali um boneco do facebook?! Tive vontade me atirar para o chão e espernear até tirarem o sacana do snoopy de cima do MEU bolo. Só que sou um bambi, pelo que me resignei à minha sorte de levar com stiker no bolo e rezei para o sabor me fizesse esquecer a praga dos bonecos.
As minhas preces foram escutadas e o bolo era divinal!
Ah, e ainda cantamos os parabéns ao S. Valentim, porque o Maroquinhas quando viu o bolo achou que era aniversário. :D
Quanto ao Snoopy, diacho do boneco nem para comer serve, porque é mais duro que uma saca de açúcar esquecida na dispensa há um ano. O Mário adorou "alimentá-lo" com as sobras do bolo, pelo que neste momento está mais cor de rosa que branco. Sim, está, porque não o consegui deitar fora. Sou um bambi, não sei já disse.
Qual foi a prenda mais pirosa que já receberam e ofereceram neste dia?
Começo eu: recebi um pratinho (que ainda não partiu, o desgraçado) mui lindo e adorável para ficar eternamente debaixo das meias, na gaveta. Ofereci um cd mega piroso, com músicas que não lembram ao diabo, acompanhado de um caderno feito mim, com as respetivas letras e sublinhando a negrito as quadras mais tocantes, em jeito de dedicatória.
Andem lá, sempre quero ver-vos a bater este nível de pirocise. :P
Hoje quero dar-vos a conhecer a Cátia, instrutora lá no ginásio que frequento. A sua pessoa está inerente em vários textos deste estaminé, como o do jump, da aula surpresa, dos primeiros 5km e de forma mais direta na entrevista da Claúdia, mas eu tinha prometido e as promessas são para cumprir. Além de que, ela merece de facto que lhe dedique umas palavrinhas.
Não a conheci logo aquando a inscrição - graças a deus e a todos os santinhos, que aqueles primeiros treinos com senhor Madú deram-me cabo do costedo, nem quero pensar se fosse ela a "apresentar-me" ao exercício - só mais tarde e da pior forma possível: sozinha, na sala de musculação e sem ter por onde fugir. Meu deus, que tareia! Só de lembrar já doem os músculos todos.
Confesso que não tinha esta ideia de sôdona Cátia, vi-a na recepção uma ou duas vezes e tinha a ideia que até era boa rapariga... Até me mostrar o saltos e o trampolim.
Logo nos primeiros dias, apenas conhecia o Madú enquanto instrutor, a sua fama foi-me apresentada:
- Vamos tentar elaborar o teu plano de treino esta semana. A ver se a Cátia trata disso... Cuidado, ela é dura!
Completamente ko, sem fôlego sequer para dizer um "ai", perguntava-me como raio era possível haver alguém ainda mais duro que ele. Felizmente, acabou por não ser ela a elabora-lo, a Ana fez o favor de me fazer um bastante ruinzinho, tanto que o senti gravado a ferros no corpinho durante aquela semana.
Naquele instante, na minha cabeça, formou-se esta imagem:
Mas saiu-me isto:
E digam-me, quem é que resiste àqueles olhinhos? Ninguém, pois claro! Quem sofre? Nós, pois claro!
"Oh, só vais fazer cinco quilómetros? Faz sete, anda lá...." Ou ainda: "Faz lá aí uns abdominaizinhos, num instante, só para acabares." E tu pensas "Olha que carago, hã? Eu já tinha acabado...", mas lá cedes e fazes, mesmo que te amaldiçoes o tempo todo.
Não faz por mal, sei que não, aquilo está-lhe no sangue. O exercício corre-lhe nas veias e quanto mais rápido, demoníaco e insano for, mais dinâmica se torna. É verdadeiramente impressionante! Ponham-lhe um trampolim aos pés e é vê-la numa excitação aos pulinhos de contentamento. É capaz de dar uma aula toda a rir, enquanto salta freneticamente de um lado para outro, pega em halteres, saca o TRX do bolso, faz umas pranchas, salta mais um bocadinho, mais uns abdominais, uns agachamentos... E podia continuar, porque a Cátia não pára. Literalmente.
E se acham que ela precisa de instrumentos de tortura para vos pôr a chamar pela mamã, estão muito enganadinhos. Tremam (ou fujam, se tiverem tempo) quando virem uma sala despida de material: vão usar o vosso corpinho e comer as passinhas do Algarve com ele. Digo-vos eu, que prefiro uma bolinha de 6kg, ao peso do meu tronco. Ou do meu rabo. Também escusam de se preocupar muito com números: independentemente do que fizeram, vão repetir mais oito, para saberem o que é bom para a tosse. Não importa se já fizeram vinte flexões de braços ou se já aguentaram dois minutos em prancha. Há sempre mais oito, sejam repetições ou segundos.
Fora tudo isto, a Cátia tem um grave problema: é impossível não gostar dela. É praticamente nula a hipótese de sair de uma aula dela e não querer voltar para a seguinte. Mesmo que vás para o balneário a rastejar. A Cátia é a heroína do fitness: quando mais ela te dá, mais tu queres. Quanto mais ela pede, mais tu fazes. É irresistivelmente viciante. Se neste momento gosto efetivamente de mexer o corpinho, é ela, em parte, a responsável. Se eu conseguir não ficar a meio da Petrus, sou gaja para lhe dar um abraço. Ou então não, que abraços transpirados é capaz de não ser lá grande ideia.
Se comecei este texto a agradecer aos deuses não a ter conhecido logo de inicio, termino a agradecer tê-la na minha jornada de aspirante a fit. E olhem que não é fácil, nada fácil, levar com um cromo como eu que, além de descoordenada, destrambelhada e preguiçosa, ainda tem a mania que é engraçada.
Muito me apraz a convidada de hoje, frequentou a escola comigo (recorda-se portanto da alcunha que dá nome a este tasquinho) e sempre foi um ás a educação física. E não, não estou a exagerar, era sempre a primeira a ser escolhida nas equipas. Sempre soube que a Daniela iria longe no desporto, não me surpreendem por isso as barras com mais quilogramas que o seu próprio peso.
Diz me cá, há quanto tempo frequentas o ginásio e porque começaste?
Frequento há cerca de 2 anos e comecei como forma de refúgio..sentia que tinha uma vida muito stressante e que não fazia nada "por mim".
Do que me apercebi e daquilo que vou vendo da tua vida faceboquiana, fazes essencialmente musculação, certo? Não acabas por achar monótono? Por ser sempre a mesma coisa?
Já cheguei a fazer algumas aulas, no entanto, devido a problemas de saúde (3 hérnias discais lombares) os exercícios de impacto não eram de todo o melhor para mim. Fui desafiada por um amigo a fazer musculação com o objectivo de aumentar a massa muscular para reduzir/acabar com as crises de coluna.
Nunca achei a musculação monótona porque encaro cada exercício como um novo desafio.
E sempre tive a sorte de ser acompanhada por excelentes profissionais que nunca se limitaram a dar-me uma folha com" 500" exercícios para fazer sem qualquer tipo de acompanhamento
Não faço sempre a mesma coisa: várias amplitudes, pesos e ritmos.
"Todo o desporto começa numa sala de musculação, po
rque todo o desporto necessita de massa muscular." (Dani redixit)
E melhoraste as crises?
Nunca mais tive crises relativamente às minhas hérnias
Sempre gostaste de desporto, lembro me bem, a musculação acaba por diferente. O que te leva a fazê-la com gosto e empenho? E não me digas que não é assim, porque nota-se nas tuas publicações.
Quando começas a ver o teu corpo a sofrer alterações, a te superares diariamente cria-se um "vicio".
Neste momento a musculação é o meu "ansiolitico". :D
Quer dizer que prefere levar com um haltere que com uma caixa de xanax? Acho muito bem.
Sem dúvida! :D
Qual a dificuldade/insegurança que sentiste no começo?
O medo de "vingar" num mundo maioritariamente masculino e o medo das lesões ao treinar com grandes cargas.
Ora aí está um ponto que queria focar. Alguma vez sentiste... Discriminação (não é bem este o termo, mas não me ocorre outro) por parte de elementos masculinos?
Não, muito pelo contrário
Nunca senti isso por parte do sexo masculino, sempre me apoiam e desafiam.
Já o mesmo não acontece com sexo feminino...
As gajas são piores nestas coisas... Ninguém é mais machista que uma Gaja.
Sem dúvida!
Olhares cortantes...
Gajas... Sempre a envergonhar a classe feminina. Impressionante.
Como é um treino dos teus?
Cada dia da semana treino grupos musculares diferentes
Wow. Tu treinas TODOS os dias?!
Como é que consegues?
4 a 5 vezes por semana. E 2 dias por semana faço treinos bi-diários
À noite faço 25 min de trabalho cardiovascular.
Caneco!
Até fiquei cansada...
Podemos falar de "números"? O que te interessa é a massa muscular,já percebi. Tens alguma noção de quanto tinhas antes e quanto tens agora?Se é que sabes, eu não quero saber,por exemplo. Basta me conseguir vestir umas calças sem pinchar.
Eu diminuí de 28% de massa gorda para 15%.
Aumentei cerca de 6 kg de massa muscular.
6kg?! Seis quilos de gordura transformada em músculo?! Caramba, lembra-me para nunca brincar ao braço de ferro contigo.
Em termos de rotina diária, o banal do dia a dia, notas que a musculação te trouxe benefícios?
A musculação deu-me muito mais qualidade de vida, sem dúvida!
E tens algum objetivo estipulado para este ano?
Apesar de muitas pessoas me incentivarem a participar naqueles concursos de fitness, o meu objectivo é levar o meu corpo ao máximo sem ter que subir ao palco ou tomar suplementação "pesada".
Quero se fit e saudável!
O que é, para ti, levar o corpo ao máximo?
Aumentar o máximo de massa muscular que conseguir e queimar o máximo de gordura que conseguir, sem ficar "masculina".
Tens muito cuidado com a alimentação? Ou por outra, tens alguma "dieta" para te permitir tirar o máximo de rendimento dos treinos?
Costumo dizer que não faço dieta. Tento ter uma alimentação saudável, mas não faço nenhum regime, apenas evito certos alimentos, como fritos, bolos, gorduras...
És das minhas, cá mais cinco que viver sem massa e arroz não é vida.
Como incentivarias alguém a praticar desporto? Assim alguém muito sedentário que está do outro lado a ler isto enquanto emborca um pacote de batatas fritas.
O meu maior incentivo para as pessoas sedentárias é fazer com que elas tenham noção do quão o desporto muda a vida das pessoas para o melhor.
Para mim é o meu xanax! :D
"O fisioculturista é o único que transporta consigo todas as suas próprias conquistas:
o seu corpo" (Dani redixit)
Já te estou a imaginar em frente à barra a "enfiar pastilhas" no bucho, Dani!
Obrigada pela partilha e mete carga nisso que está muito leve! :P
Minha gente, minha boa gente que me lê e segue atentamente o meu percurso no admirável mundo do exercício físico: conheci o inferno em forma de aula. Juro! Não há uma pontinha de exagero nisto.
Circuit Fit é o nome da coisa e só aqui já dá para perceber que só pode ser absolutamente infernal.
O conceito é giro: há variadas estações de exercícios, um toque de campainha e todos rodam no sentido do ponteiro dos relógios avançando para a estação seguinte, mas...
Problema 1: é tudo muito rápido (como sempre) e requer MUITA resistência física.
Problema 2: como a cada estação compete um exercício diferente, não dá para deitar o olho ao colega do lado para tentar perceber o exercício.
O aquecimento já me deixou ko, aquela malta gosta assim para lá de muito de saltinhos, mas o pior ainda estava para vir. Eram oito ou nove estações, não estou bem certa, e na hora de começar escolhi aquela que me pareceu mais simples: peitorais com peso. Só que... Só quando sentei o rabinho no step é que contei o número de discos que a barra continha. Quatro discos de 5kg. Ainda julguei estar a ver mal, de novo, mas já me confirmaram que não, que eram mesmo 20kg para içar com os bracinhos. Ora eu, pessoa franzina e pouco capaz, bati logo mal. Já tudo estava preparado para realizar o seu exercício em 3,2,1, e eu a derrapar, gritando por ajuda e erguendo a bandeira da derrota. Haveria ali algum engano, com toda a certeza.
- Calma, não dramatizes. Fazes só o que fores capaz. Concentra-te e não dramatizes! - admoestou gentilmente senhor Madú. (Juro, não sei como ele conseguiu fazer aquele tom de voz tão suave depois de já ter "gritado" tanto.) Lá me ajudou com a barra enquanto TODO o meu cérebro lhe respondia: "EU NÂO ESTOU A DRAMATIZAR!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!" e os meus cotovelos sucumbiam à força da gravidade. Quando a primeira buzina tocou, já a barra jazia no meu tórax e eu arfava, não só pelo esforço anterior, mas porque aquilo teimava em não querer sair de cima de mim. Senti-me um bocadinho fatia de pão, enquanto deslizava a barra, qual faca com a manteiga, por mim abaixo, até ser capaz de a deixar cair pelos joelhos. Que deprimente!
Felizmente não fui a única a queixar-me e o exercício passou a ser, para quem não conseguisse elevações, SÓ segurar a barra lá no alto. Ainda tentei propor umas estacas, mas não tinha fôlego suficiente para falar.
Claro que não nos podíamos ficar só pelas estações, claro que não.
A meio da aula, quando já eu tinha assimilado metade dos objectivos, fomos recambiados para o centro e para o chão. Para quê? Burpees. Ó exercício dos confins dos infernos! Mas, quem, quem pergunto eu, quem é que inventou aquilo?! Valham-me os deuses todos naquela hora difícil que só um não chega!
E para mais o quê? Pranchas infernais onde tudo se mexe ao mesmo tempo e não sobra tempo nem para uma inspiração.
Ainda por cima, prometeram que não é sempre igual e já me soou aos ouvidos saltos para cima de caixotes. ME-DO!
No final da aula, demorei mais tempo que o habitual a recompor a caixa de ar, só lá para o meio da tarde é que fui capaz de respirar decentemente, e arrastei (arrastar é mesmo o termo) o meu esqueleto definhado e quebrado até ao banco mais próximo, nos balneários, que nunca, mas nunca me pareceram tão longe.
O meu pequeno almoço sempre, mas sempre, incluiu pão. Branquinho, pequenino e quentinho com manteiga, acompanhado de uma canecona de cevada.
Há já uns tempos (duas semanas) que ando a pensar em mudar este hábito, não é saudável e é nutricionalmente pobre (credo em cruz Carolacoleta tu agora preocupas-te com isto?!). Já me tinham falado em papas de aveia, mas olho para aquilo e parece-me um bocadinho.... Nheca.
Hoje, pus de parte a ideia do conforto que a comida me traz de parte e juntei: meia banana, um kiwi, um iogurte (natural, açucarado) e umas sementes de chia.
Sabem que mais? Não senti falta do pão e não senti "fome" num curto espaço de tempo.
Passinhos pequeninos, como os de bebé, e aos poucos a coisa dá-se. Amanhã se calhar volto ao pão, ou talvez não.
Esta coisa das corridas bateu-me forte, como diz senhora minha Cunhada, e a verdade é que começo mesmo a gostar de mexer a pernoca. Há já dois fins de semana que queria dar a volta ao quarteirão, lá na terrinha, mas não consegui. Cismei, porque cismei, que seria este domingo. Toca a adiantar tudo, que os sogros vinham almoçar lá a casa, de modo a ficar livre meia hora antes do almoço.
Saquei uma aplicação XPTO, que tinha uma boa classificação e vários comentários positivos, ativei a minha conta e vamos embora que se faz tarde.
Ainda antes de começar, a aplicação informa, do alto da sua sabedoria tecnológica, que para optimizar o treino era aconselhado ativar o GPS. Mandei-a dar uma volta, que sabia perfeitamente o trajeto que iria fazer, coisa pouca, não me apetecia gastar tráfego e eu é que mandava. Mas ativei a voz da coisa, porque um incentivo vai sempre bem.
A meio da corridinha - não é digno sequer chamar corrida àqueles 2.5km - pensei "este gajo desta aplicação deve ser mudo. Já estou quase a meio e ele não diz a quantas ando. Quando chegar a casa, vou reclamar disto."
Volvidos quase 17 minutos, chego a casa, feliz da vida, paro a aplicação que me pergunta imediatamente se pretendo partilhar a coisa no meu facebook. E eu, claro que sim, olha agora a esfalfar-me a subir a minha rua toda e não ia partilhar isso com o mundo.
Só que... Vinte minutos depois, diz o homem:
- Ó mulher, tu estás muita forte! 0.00 km em 17 minutos?! Uau!
Gelei.
Fui verificar e era verdade, a porcaria da aplicação não contou os metros percorridos.
- Olha lá, tu ativaste o GPS? - pergunta o homem.
- Eu não! Para que queria isso? Eu sabia perfeitamente o caminho! Não me ia perder cá na terra!
Revirar de olhos e estalada mental de azelhice.
A culpa é da aplicação, claro, que não explicou devidamente em que consistia a "optimização do treino".
Já viram o novo aspecto deste estaminé mai supimpa? :D
Não está lindo?
Pois claro que está, sôdona Gaffe , rainha dos cabeçalhos e layouts mais giros da bloga, fez (mais um) trabalho de se lhe tirar o chapéu.
Paletes de cor de rosa (cor preferida de minha pessoa, não perguntem como ela soube disto que não faço pálida ideia), uma figura com montes de expressões que nunca exteriorizo mas que faço n vezes interiormente, sobretudo aquando a escrita.
Aquela sou eu. Ou uma eu, vá. Tão bem captada... Não me canso de olhar de olha para o meu novo cantinho e pensar "uau! está mesmo giro! :)"
Obrigada Gaffe, por todo o trabalho. E, mais uma vez, desculpa a lentidão/azelhice nas respostas. :)