Alguns anos depois (dois? três?) ainda consigo ficar surpreendida pelo facto de ter gente que não conheço fisicamente, mas que fazem tão parte dos meus dias. Não me lembro como era antes de nos juntarmos, só sei que ficou indefinidamente melhor depois disso.
Que o teu dia seja tão especial como tu, que concretize todos os teus sonhos e que sejam imensamente felizes, não só hoje, mas todos os dias que se seguirão. Não será sempre bonito, sempre cor de rosa com unicórnio e nuvens de algodão doce, nem eu te desejo isso. Serão os dias menos bons que te farão procurar a certeza deste dia e que vos tornarão ainda mais cúmplices e unidos.
Sejam muito felizes minha querida e que a vida vos traga todas a oportunidades que merecem para a viverem em plenitude.
Um grande beijinho deste lado que, apesar de virtual, faz tão ou mais parte de nós e dos nossos dias do que o "bom dia" ao colega.
Durante as férias deixo que a lontra preguiçosa que há em mim saia da clausura e saltite livre e alegremente por este corpinho fora. E não vale a pena tentarem aliciar-me com aulas ou cenas que nunca posso fazer durante o resto do ano: em férias não mexo uma palha - talvez só uma vezita por semana vá, assim na loucura e para não perder o ritmo na totalidade ou para que não desça a níveis negativos.
Na segunda semana de férias tinha planeado não pôr os pés no ginásio (ups. Acho que não tinha dito isto) mas, meus amigos, se há coisa que vale uma pausa nas férias e um pulinho ao ginásio são duas horitas de JUMP. Isso mesmo: duas horas num mini trampolim. Não, não é impossível e a prova disso é que ainda cá estou – apesar de só ter conseguido normalizar a respiração no domingo à noite.
Para quem raramente faz JUMP – somos temporalmente incompatíveis – posso dizer que até nem correu assim muito mal. Ora vejamos:
- Cheguei atrasada. Vá não sejam assim, aqueles cinco minutos fizeram TODA a diferença para conseguir aguentar os 115 minutos seguintes, acreditem.
- Consegui não cair e a determinada altura apercebi-me que o meu centro de gravidade já se habituara à instabilidade gravítica de um mini trampolim. Incrível. Por outras palavras: consegui estabilizar o equilíbrio e embater nas laterais do trampolim apenas 12 vezes! Só na primeira hora. Es-pe-ta-cu-lar!
- Descobri que se não pensar muito consigo fazer melhor. Estranho, não é? Na semana anterior vi-me à rasquinha para contar 3 (TRÊS!) tempos e dei por mim várias vezes apenas a saltitar, sem saber muito o que estava a fazer, como um pássaro disléxico e sem norte.
- Como é óbvio o ponto anterior só funcionou num curto espaço de tempo (60 segundos), pelo que rapidamente troquei a direita com a esquerda, perdi-me no saltinho a meio, o duplo ao terceiro tempo foi no batalha, fazer isso tudo e rodar no sentido do ponteiro dos relógios era bonito mas não foi e… Aíiiiiiiiii jasusssssssss onde raio me fui meter que estava tão bem sem fazer nenhum!
- Sabem aquela ordem que nos faz tremer? Oásis no deserto meus caros, oásis no deserto! A pessoa está ali a tentar concentrar-se por manter o equilíbrio, contar três tempos, ao terceiro tempo fazer um duplo movimento, já não sabe dos pulmões, o oxigénio não chega ao sangue quanto mais ao cérebro, nunca mais acaba o refrão e conta mais três tempos e agora são dois e é tudo duplo e agora três outra vez e de repente…A-CE-LE-RA!!!!!! Graças a deus e aos santinhos todos que já só tenho me concentrar para respirar sem pulmões! YES!
Por mim, era a aula toda daquilo e tava feito. Lá agora duplos ao terceiro tempo e correr que nem os cavalos de corrida dos UHF… Pel’amor da santa e das células devidamente oxigenadas: tende piedade de nós e mantende-nos a um só passo, num só ritmo.
Agora a sério, foi giro e insanamente espectacular. Houve ali um momento, na segunda faixa, se não me falha a memória, em que ao olhar pelo espelho percebi a paixão que move esta gente: 42 pessoas perfeitamente sincronizadas a forçar a lona de um trampolim a dois tempos batendo uma palma ao terceiro… É qualquer coisa de muito espectacular. A adrenalina era quase palpável e não importava se falhavam dois passos, se se enganavam nos pés ou se falhavam um duplo. O que importava, o que realmente importa, é a diversão. Aquele ponto que esquecemos a falta de oxigénio, as falhas de órgãos vitais, os enganos, os tropeços, a descoordenação. Aquele momento em que deixamos de pensar que não vamos aguentar e que é uma tremenda loucura estar ali quando não se percebe o que se está a fazer… É esse momento que faz valer a pena. Para alguns são 120 minutos, para outros talvez seja meia hora, para outros ainda 30 segundos. Nesse instante percebes que não há limites, que o impossível não existe e que há gente extraordinária que trabalha todos os dias para te demonstrar isso mesmo: que não são só eles que conseguem, tu também. Basta que disponhas a tentar.