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A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

30 minutos de yoga

Motivos vários levam-me a não conseguir colocar os pezinhos no ginásio, esta semana. (ohhhhhhhhhhhhhhhhh que peeeeeeenaaaaaaaa! #SemIroniaQuaseNenhuma). Por isso, decidi manter alguma actividade por casa. Não, não é nada disso que estão a pensar. Claro que não fui correr.

Não, também não é isso, não vou fazer limpeza geral à casa - até porque já fiz.  
Então? Vá, puxem lá pela imaginação. 
Ah! Não, também não isso suas mentes cinzentas...


Yoga. 

 

Pois é, já que ia mexer o corpo em casa, pensei cá com os meus fechos (raramente tenho botões): 
"Oh Caracol, aqui está uma boa oportunidade para experimentares Yoga... Tu até já apanhas um bocado de fitness, porque não variar? Vais lá agora fazer burpees na sala e afundos no sofá. Nada disso, pá! Liga masé o youtube e põe uma daquelas aulas para to... Profissionais. Vais gostar, vais ver. Vai na volta e ainda vais passar a fazer isso todos os dias, antes de começarea o dia. Yoga de madrugada e fitness ao almoço. Não é tentador?"

Pois que a nossa ralação não resultou muito bem. 

O problema não é ele, sou eu. 
Como sempre, quem termina a ralação puxa as culpas para si, numa tentiva vã de atenuar a dor do outro. No caso do Yoga, não me parece que ele vá sentir muito. Tem os chakras bem alinhados e uma mente sadia, acho que fica bem sem mim.
Então e a experiência? 
Não posso dizer que foi má, até porque comecei pelo básico e pareceu-me bastante semelhante a uma aula de Pilates/Alongamentos para iniciados. 
O meu problema é a calma. A senhora professora diz para elevar o trooooonnnncooooo e quando ela chega lá cima já eu estou há 30 segundos à espera dela. 
E a respiração? A eternidade que não dura cada inspiração e expiração? Dava para contar um rebanho de carneiros só no tempo de inalar oxigénio! Quando chegava à fase de expulsar o dióxio de carbono já tinho que mudar de produtor, porque ninguém tem tanta cabeça de gado por hectare. 
Claro que o facto de ser via youtube também contribui para o - segurem-se almas que adoram Yoga! Respirem! - tédio e não é de todo a forma adequada de se experimentar uma modalidade. Acredito piamente que ao vivo a coisa seja mais - segurem-se almas que adoram Yoga! Respirem! - intensa. 
Acabei mais nervosa do que quando tinha começado e só não fiz meia dúzia de burpees porque passava das 11 da noite e sou uma boa vizinha.

Há vários tipos de amigos


Os que estão lá sempre e desde sempre, cuja memória conjunta remonta até muito antes de darmos os primeiros passos. s
Os que não sendo irmãos, partilham o mesmo ADN de cumplicidade e são-no sem querer e sem o menor esforço. 
Há os que estão, mesmo não estando. 
Aqueles com quem poderemos retomar a conversa exactamente no mesmo ponto em que ficou, mesmo que tenham passado décadas. 
Depois há aqueles que não conhecemos fisicamente, mas que por mero acaso virtual se juntaram aos nossos dias tornando-os imensamente melhores. 
Há aqueles que chegam com força de um furacão nível IV e que sabemos imediatamente que queremos ter sempre por perto. 
Há ainda aqueles que chegam devagar, como as ondas do mar quando a maré vaza, mas que permanecem sempre seja em diálogos silenciosos ou em conversas infinitas. 
Há os improváveis - aqueles a quem torcemos o nariz ao primeiro olhar mas sem quem já não imaginamos a partilhar uma ocasião especial. 
Há os foliões, que riem por tudo e por nada conseguindo arrancar um meio sorriso no meio da tempestade. 
Há os que estão a meio da subida, não por escárnio ou vaidade mas apenas para te lembrar que parte do caminho é teu, mas que terás sempre alguém para te acompanhar, basta pedires. 
Todos eles, sem a menor excepção, tornam os nossos dias melhores, mais leves, menos solitários. Todos eles nos fazem pensar como era a vida antes da sua chegada, sem nos lembrarmos exactamente dessa fracção de tempo. 
Todos eles me fazem agradecer, todos os dias, não só o facto de existirem, mas também por me permitirem fazer parte da vida deles. 
Dizem que os amigos dão vida e cor aos nossos dias. E eu posso garantir: tenho os melhores pintores do mundo comigo.

Sou fit! E Agora? #11

A meio do treino e depois de uma dose de agachamentos e saltos de canguru vertiginosos:

- Agora vamos descansar um bocadinho e conversar.

Olhar desconfiado.

- Sim, sim…
- Juro! Vamos só conversar. Põe-te aí, de frente para mim. Isso. Agora baixa-te.

Oh, f#$@-#$!

- E então, como está a correr o teu dia?

Uma grande treta se queres que te diga. A bem da verdade talvez isto seja uma benesse neste dia de 72 horas.

- Bem. 
- Trabalhaste muito?

Yep. Mesmo assim não o suficiente para adormecer o cérebro. Ai caraças! As minhas coxas!!!!

- O suficiente. 
- Então e o miúdo? Muitas asneiras?

Vais mesmo continuar a fazer tema? Se me perguntas pelo tempo juro que me passo! É hoje que mando tudo p’rás urtigas!

- O costume.

Caraças, caraças! Ainda falta muito? Estou aqui há mais de duas horas!

- Então e Hóme? Motivado?

TENHO FOGO NAS PERNAS!!!!!!! Sopra, sopra, sopra. Ai caraças, caraças.

- Yep.

CINZAS! TENHO AS PERNAS EM CINZAS!

- Ah-ah! Não vale apoiar a mão no chão! Estica os braços à frente do tronco e mantém as costas direitas.

Misericórdia, Senhor! Eu gosto da minha celulite qual é a piada de sermos todos lisinhos, afinal? Deixa para lá, mais buraco menos buraco. A lua também os tem e é linda. Misericórdia, Senhor!

- Costas direitas! Então e a família? Tudo bem?

Pl’AMOR DE DEUS, CALA-TE!!!!!!!!

- Hmmm.

Fo…piiiiii! Ca….piiiiiiiiii! ISTO NÂO PÁRA?! SOPRA, SOPRA, SOPRA. Não adianta, arde na mesma. ‘SA LIXE! SO-PRA!

- Podes levantar.

Graçá Deus! Minha nossa que…. AUTCH! Isto.. Não… Estica! Ai, caraças, caraças, caraças! Au, Au, au! Sopra, Sopra, sopra! C.A.R.A.Ç.A.S!

Estão a ver? A meio já nem me lembrava que dia era, quanto mais se era bom ou mau!

Segunda escolha

Amo-o. Imensamente e mais que tudo. Não me importo de ser a segunda escolha, porque na realidade sei que o seu pensamento vai primeiro para mim e só depois para quem oficialmente o tem. Nunca me vai perguntar o que é o jantar, nunca iremos programar férias juntos e nunca poderemos sequer ter uma família digna de ser chamada assim. A família dele odeia-me com todas as forças, mesmo não me conhecendo o rosto, e isso no fundo deixa-me feliz: é sinal que ele existe e que fica comigo algum tempo. O tempo em deixo de ser a segunda escolha e sou a primeira e única escolha. São os melhores minutos do meu dia, os que fazem todos os outros valer a pena, os que transformam horas de solidão em segundos de felicidade.

Sou a segunda opção de alguém e isso não me entristece. Não me custam as horas intermináveis sem ele, as conversas inexistentes sobre trivialidades ou a inveja de quem partilha a cama à noite, porque eu sei que ele volta sempre para mim, para a sua segunda escolha. Ou deverei dizer primeira?

 

Escrito no âmbito de um desafio, num grupo de escrita criativa sob o tema "Traição".

Há dias que não são dias

São dias em que não me sinto eu, ou tão eu. Sou apenas uma espécie de vaso quebrado com super cola que ao mínimo balanço fica novamente em cacos. Dias em que ligo o piloto automático e faço por fazer, para evitar (ainda mais) a apatia. Dias em que me esforço por fazer valer a pena, por construir memórias, partilhando tempo, gargalhadas e sorrisos.  São dias em que espero, do fundo do meu egoísmo, que ninguém me fale. Que não me desejem bons dias, boas tardes e que não me perguntem casualmente como estou, porque estarei bem, estou sempre bem - mesmo quando tenho a alma estilhaçada. São dias em que sinto profundamente enganada: garantem que o tempo cura tudo. É mentira. O tempo só abranda a melancolia e transforma a chama agitada numa moínha conínua. São dias em que me refugio (ainda mais) no humor, sendo também dias de falta dele.

Há dias que não são dias, já cantavam os Deolinda.

Estes são só mais uns...

Argumentos desarmantes

Estamos com um grupo de amigos, em amena cavaqueira, quando o chamo a atenção para finalizar o seu lanche TODO dada a impertinência anterior para o ter. Estou eu ali, a exercer o meu poder de mãe, a modular a minha voz de "bamby" para voz de comando num discurso sobre birras e terminar tudo o que pede sem deixar uma migalha ou gota. quando ele contra-argumenta de forma muito séria e sentida:

- Oh Mamã! Tu és tão linda!

Como é que se dá seguimento ao sermão depois disto?

Atletas Anónimos - Pedro

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Há já muito tempo que não convidava ninguém para duas de letras, não é verdade? Para hoje, convenci o Pedro a conversar um bocadinho sobre desporto e exercício - e sabe deus o quão caro vou pagar por isto. 

Não se iludam pelo aspecto juvenil e inofensivo: em menos de três segundos desfaz-vos os pulmões e deixa o vosso sistema músculo-esquelético reduzido a cinzas, sem dó nem piedade. 

Viu mais Festivais da Eurovisão do que os anos que tem de vida e se lhe perguntarem quem foi o vencedor em 1992 é menino para acertar sem hesitar, mas não sem antes vos "pedir" gentilmente cinco séries de bíceps à coelhinho. 

Ora prestem lá atenção ao que o rapaz tem para dizer: 

 

 

 

 

 

Pedro, jovem, larga aí os halteres de 27.5kg e senta-te aqui um bocadinho. Vou ser breve e indolor, prometo. 

Comecemos pelo princípio: há quanto tempo te dedicas ao desporto?

O desporto apareceu desde cedo na minha vida, comecei por observar vários jogos de futebol quando ainda mal sabia caminhar e o resto fez parte do meu crescimento: comecei no andebol aos 8 anos, mas foi o bichinho do futebol que me levou do pavilhão para o relvado! Foram 14 anos que terminaram agora.

Quanto ao resto do desporto: entrei no 10º ano já com a ideia de entrar em desporto na universidade. Relativamente ao ginásio/fitness: sou apaixonado pelo culto do corpo, pela capacidade de superação constante, pela transcendência.

Dedico-me de corpo e alma ao desporto desde os 8 anos de idade.

E quando decidiste que querias fazer disto vida?

Acho que o que mais me influenciou na escolha foram os bons exemplos dos meus professores de Educação Fisíca: a postura, a alegria no trabalho, as roupas bonitas do fitness, os carros desportivos, os corpos trabalhados, tudo isso fez me querer ser igual a eles!

Agora quero tornar-me a Cátia*, na versão masculina.

 (Provalmente só a malta do ginásio vai perceber esta referência. Quem vai lendo regularmente, também. ;) )

ME-DO! No entanto - e dada minha vasta experiência em matéria de coças e tareias fit's - posso afiançar-te: estás no bom caminho. ;)

No nosso lado, o dos alunos, é quase tudo difícil e inatingível levando-nos a ficar facilmente frustrados por não conseguirmos concretizar um exercício ou atingir um objectivo. De que forma tentas lidar com essa frustração?

Antes de isso acontecer, tento antecipar e evitar esse estado: tento arranjar exercícios que os alunos possam e consigam realizar, porque considero que os objectivos de cada aluno devem ser pensados e idealizados para no fim serem alcançados. Quando tal não acontece, tento adaptar os exercícios para os alunos conseguirem fazer. Acho também que a capacidade de comunicar e tentar explicar o porquê de certos "fracassos" ajudam as pessoas a lidar melhor com a "derrota".

Já falei sobre o antes e o depois do exercício, contudo também durante o exercício penso que os estímulos que emito são muito importantes: o elogio, as pequenas correcções, o olhar, a sinalética do "fixe", o falar mais alto, tudo isso contribuí para que o aluno dê o seu melhor.

A melhor maneira de lidar com a frustração é desvalorizá-la, já que será sempre momentânea, valorizando com reforço positivo os eixos, para que desta forma os alunos começaram a olhar para a frustração como momentos de aprendizagem.

 

Por vezes ensinar alguém a praticar exercício pode ser verdadeiramente frustrante (digo eu que há dois anos que tento e ainda não aprendi praticamente nada) não só para o aluno, como já referi, mas também para o professor, certo? O que mais te irrita durante um treino, no aluno? 

O que mais me irrita no treino curiosamente, não é o facto de as pessoas não conseguirem fazer os exercícios, pois considero que não são obrigadas a saber fazer bem. O que mais me irrita é o uso da expressão "eu não consigo fazer"/"não vou fazer", antes sequer de ter experimentado! Este problema advém do pensamento e do modo de pensar a vida, que para mim diverge daquilo que adopto: pensamento forte, indestrutível, que sou capaz, que consigo e que luto para atingir o céu!

Culpada! Ups. Sorry. 

Imagina lá agora que o fitness é um gelado. Qual é o teu sabor favorito?

Pergunta difícil...

Acho que estou numa crise existencial de meia idade.

Contudo, acho que o meu "gelado" favorito é a musculação! Sou apaixonado por aquilo... Adoro ajudar as pessoas a atingirem os seus objectivos, ajudar em pequenas coisas, pequenas correcções.

As aulas de grupo completam-me e são o momento de libertação total, estou ali focado só naquilo e tento transmitir os meus sentimentos para os alunos, fazê-los sentir a minha energia!

Se pudesse fazer o meu "gelado favorito" seria: base de "sabor" a musculação com umas pepitas de cada outro "sabor". É para isso que luto todos os dias! 

 

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Ter 24 anos e liderar aulas com malta de várias idades não deve ser pêra doce. Qual foi, para ti que és ainda jovem e mais ainda nesta área, o maior desafio profissional?

Nas aulas de grupo e na sala de musculação o modo como lidas com as diferentes faixas etárias é fundamental para conseguir abranger, de forma completa, as necessidades de todas elas. Mais "brincadeira" com os mais novos, mais "seriedade" com os adultos jovens e mais "educação" com "fofura/respeito" com os mais idosos. Acho que com este equilíbrio tudo se consegue, independentemente da idade cronológica, já que tenho como lema: "a idade é apenas um número".

O maior desafio que já senti - e espero sentir até ao fim -  é transmitir a minha evolução e o meu trabalho bem feito aos alunos. O meu objectivo é mostrar o meu trabalho e esperar que eles o apreciem, desfrutem e idolatrem. Quero ter um crescimento constante ao longo da minha carreira.

 

Oh, isso percebeu-se no zumba... Não é qualquer professor que se dispõe a aprender e mais: a fazer coisas que gosta menos perante os alunos.

Falaste atrás sobre o futebol, revelando uma grande paixão pela modalidade. Queres falar-nos um bocadinho sobre a tua época aurea no futebol?

Eu adoro desafios, não nego nenhum! E… Até gostei do zumba.

A minha época áurea no futebol aconteceu com 16/17 anos, altura em que levava o futebol muito a sério e era o meu único foco. Treinava como um animal: deitava-me cedo antes de treinos e jogos, alimentava-me decentemente e tentava ser o mais profissional possível. Jogava no clube da minha terra, SC "Os Dragões Sandinenses, era capitão de equipa e tinha muitas responsabilidades dentro do grupo de trabalho.

A nível colectivo ficamos num honroso 3º lugar e a nível individual marquei 46 golos ao longo da época (a minha posição era avançado, sendo esta a minha melhor marca). Após essa excelente época fui convidado para jogar no Salgueiros, onde fui campeão, sendo este o melhor ano a nível colectivo, pois nunca tinha conseguido conquistar nada. Após esse ano, aconteceu a subida a sénior e regressei ao meu clube base, onde passei 5 excelentes anos que terminaram agora. Nestes 5 anos percebi que acontecem muitas coisas no futebol que não são desporto, que não basta treinares bem e jogares bem - existem muitos factores externos, muitos interesses pessoais que mancham o desporto. Por isso, o meu interesse e foco no desporto de competição, nomeadamente o Futebol, foi-se desvanecendo.

 

Chiça! Caramba, 46 golos é espectacular! Digo eu que em a minha vida só marquei um e foi autogolo.

Esses 46 golos ainda são recorde no clube!

 

Apesar de teres começado a trabalha há pouco tempo, e de estares praticamente em inicio de carreira há alguma situação que te tenha marcado?

Aspecto positivo? Marcou-me ter tido uma aula de circuito às 20h30 em que os alunos não puderam tirar mais senhas porque atingi o limite estabelecido.

 

Uau! E aposto que pederiam por mais. ;)

Por fim, gostaria que definisses o teu trabalho, a tua paixão pelo desporto, numa só palavra.

 

A palavra que mais resume a minha paixão e o meu trabalho talvez seja dedicação - primeiro porque adoro o que faço e segundo porque quero ser melhor a cada dia que passa. Não tenho limites e só com dedicação constante ao que faço posso transcender-me. 

 

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Obriagada jovem Pedro! Foi um gosto ter-te por cá e continuo a achar que deverias considerar seriamente abrir um blogue. ;) 

Vai andando, vai andando que eu já vou lá ter. Sê gentil, por favor.