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A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Dia Internacional do Riso

Hoje, ao invés de (tentar) fazer rir, quero saber: o que vos faz rir? 

Sou pessoa de riso fácil e faço-o (quase) por tudo e por nada. No entanto, para mim, torna-se mais fácil rir da desgraça, do negro, do dia mau, da dor que incomoda, do exame que cria ansiedade ou até da morte. Vejo no riso o ansiolítico fácil de engolir e a gargalhada ainda é o meu melhor ibuprofeno

Aquela corrida é muito dura? Duas ou três graçolas atenuam mais as dores nas pernas do que o voltaren e tornam mais plana a mais íngreme das subidas (só é válido depois. Durante só queremos mesmo falecer)

Acordaste de mal com a vida, com os dois pés de fora e está um frio que te gela o tutano? Ainda não viste o teu cabelo... Quando te vires ao espelho vais perceber e soltar uma gargalhada pelo terrível aspecto de quem alberga um ninho de toupeiras endiabradas no couro cabeludo. 

O tendão de Aquiles inflama, fazes asneira na tentativa de tratamento e acabas com dois pés inutilizados? Ri-te e escreve-lhe meia dúzia de cartas, lembrando-te que podia sempre pior e teres que amputar os dois pés. Ou na volta isso até era a solução ideal. 

A morte bateu à porta e levou alguém querido? Sorri ao relembrares o quão felizes foram juntos - não vai eliminar a dor, mas vai torná-la mais suportável. 

Ri daquela borbulha no nariz que o disforma ou das calças que rasgaram quando te baixaste para apanhar o último euro que fugiu da carteira. 

O riso desvaloriza a dor sem a ignorar nem menosprezar. 

Se me aliciarem com propostas milionárias de sucesso onde apenas tenha que deixar de ser parva... Não quero, obrigada. Quero poder continuar a rir da minha azelhice diária, das pouca habilidade com que fui abençoada e do negro dos meus dias. 

Porque enquanto eu souber e conseguir rir do que me enfraquece, vou ter força para me tornar mais forte. 

Esta viagem é só de ida, se tornarmos caminho divertido o fim será menos agoniante.

 

Carta de um tendão zangado

Não tens noção do quanto me magoas quando me ignoras. 
Sou forte - o mais forte, dizem - aguento com toda a carga que me queiras aplicar, mas não me ignores. 
Não finjas que não sentes, não me tornes invisível e insensível. Isso magoa e mói muito mais do que uma má postura ou do que um sapato mais apertado. 
Vou ser sempre o mau da fita para ti, o que te impediu de fazer o que gostavas, o que te limitou a liberdade de seguir em frente num curto espaço de tempo. Vou ser sempre o lobo mau da nossa história, mas não me importo, desde que aprendas a não ignorar quando chamo por ti. 
Sentiste-me ontem? Chamei por ti. Não gritei como das outras vezes que te esqueceste de mim com negligência. Sussurrei baixinho:" Ei! Estou aqui. Faz qualquer coisa." Não te faças de desentendida, sei bem que me ouviste. Senti a tua mão a meio da noite, num gesto tímido para verificar se ainda estava contigo. Senti no teu íntimo que ainda não me esqueceste de vez e que ainda te preocupas comigo. 
Dizem que tudo fica diferente quando acordamos e que uma boa noite cura quase tudo. 
Acordamos juntos para mais um dia, mas por favor, peço-te com cada fibra que me compõe: não me ignores e trata-me com o respeito que mereço. 
Sempre teu,

Aquiles

Conversas com o meu Cérebro

Acho que já vou poder correr logo à noite!

Vais, então não vais coração...

Oh, não sejas assim. Já não dói, já movimento bem o pé em todas as direções, já caminho sem mancar há mais de uma semana...

Já estás nova, não é?

Exato.

#SóQueNão filha. P´lamor de deus, tu quase não caminhaste um par de semanas, andaste aí a ganir como se te estivessem permanentemente a pontapear os calcanhares com biqueiras d’aço…

Ah, não foi bem assim...

...E queres ires já correr? Estás a tentar aniquilar os tendões de vez?

Tens razão. É melhor não.

Linda menina.

Mas se calhar devagarinho até já nem faz assiiiiiiimmmmm tanto estrago. E levo as palmilhas, óbvio. E vou no ritmo extra lento.

Vai. Manda-te. Não te esqueças e guardar mais uns trocos para tratamentos extra de fisioterapia.

Tens razão. É melhor não. Para a semana já devo poder voltar com tudo….

Sim, sim…

Até lá se calhar já posso regressar ao cycle! É de baixo impacto e prometo fazer o movimento direitinho. Se calhar….

Se calhar já ganhavas era juízo!

Caramba. Sempre do contra.

Não sei como não te lembraste do JUMP, já que estás numa de loucura….

Achas?! JUMP?! Tão cedo não me meto noutra… Mas o HIIT na segunda-feira… Até nem era mal pensado. Já não dói nada e ainda ontem desci as escadas a correr, sem querer.

Queres que te traduza HIIT ou chegas lá sozinha?

Pode ser que não se salte...

É. E pode ser que não morras a cada intervalo de 30 segundos. Francamente, tu és mesmo bicho de memória curta, não és?

Oh, fogo! Não posso fazer nada! Caramba, inválida aos 30 onde é que já se viu?!

Deixa-te de ser assim. Podes fazer imensa coisa: braços, tronco….

…Costas e abdominal. Já sei. E nem sequer isso tenho conseguido fazer. Bah!

Vais logo à noite e fazes.

Hmmm. Bem pensado. Mas primeiro vou perguntar da corrida. E do cycle. E do HIIT.

DEMITO-ME! Com efeito imediato! Arranja outro cérebro qu’eu vou-m’embora! Estou farto disto! Nunca me ouves.

Chiça! Que mau feitio. Pronto, está bem. Eu vou e faço só o que me deixam. Secaaaaaaaaaaaaaaa.

Leva água.

Engraçadinho.

 

FitFinição

Um dia, a meio de uma campanha fitóeleitoral, pediram-me ajuda para um projeto.

E foi tão bom, tão desafiante! O efeito final ficou tão bonito, tão inspirador, tão humano, que eu achei que não devia ficar só por ali... Gamei a ideia e usei-a em meu proveito.
E porque não? 
Porque não podem aquelas pessoas que nos inspiram todos os dias a ser melhores ter uns minutos de audiência para falar de si? 
Porque não? 
Tenho para mim que toda a gente tem histórias para contar e aventuras para partilhar. Uns poderão ter mais jeito do que outros para o fazer, mas no geral todos nós somos, em certa medida, inspiradores para outros. 
No meu caso particular, a inspiração vem muitas vezes do fitness. Ou retificando: das pessoas com quem partilho exercício físico. 
E tantas, mas tantas!, vezes nos esquecemos que são como nós, que têm uma vida lá fora e apesar de viverem do exercício não é ele que os define. 
Por outro lado, também há quem nos motive a melhorar pela resiliência e persistência com que encaram cada desafio proposto, por muito que doa, por muito ar que falte, por muita ressaca que tenham no dia seguinte. 
É assim que nasce o FitFinição*. 
Um espaço de desconstrução de personagens onde os professores deixam de o ser para serem apenas o Nuno, o Pedro, o Joaquim ou o Manuel. Onde os alunos deixam as sapatilhas no saco e deixam-se desafiar pelo que já foram, o que são e o que querem ser. 
O FitFinição é sobre pessoas que têm em comum o gosto pelo desporto. E não pelo desporto que tem em comum pessoas.

Começou hoje, com o Nuno a fazer as honras e abrir o espaço. 

Ensina fitness há 4 anos e é um apaixonado pelo que faz, pelas pessoas e pelo mundo. 

Podem ver aqui e já agora, fazendo o obséquio, podem passar a subscrever o canal acabadinho de abrir no youtube. Nada pedinchona. Absolutamente nada. 

Ah! E não se esqueçam de dar a vossa opinião! Mui grata. :D