Peguei naquele desafio de escrever 20 coisas sobre nós e adaptei-o a… Tupperwares. Já vos devia o post há um bom tempo, tanto que já nem sei quando coloquei a sondagem no facebook, e apesar de o ter rascunhado no bloco de notas acabou por lá ficar a marinar.
Porém, tal como um Lanister paga sempre as suas dívidas, também eu cumpro o que prometo. Pode é vir com uns meses de atraso, mas isso…
Bom, vamos lá abrir o pior armário de qualquer cozinha:
Devia ser considerado lei universal: os tupperwares não cabem uns dentro dos outros. É o maior mito da História.
A Tupperweralândia é a cidade criada pelos vendedores destes recipientes com o único intuito de nos fazer parecer incapazes de domesticar um objecto de plástico dentro de uma gaiola de madeira.
A Humanidade só tem dois grandes mistérios: as meias perdidas na máquina de lavar roupa e o paradeiro da tampa do tupperware que compramos anteontem. O buraco negro foi inventado pela NASA apenas para se esquivar a estudar questões verdadeiramente pertinentes.
As caixas de gelado não são tupperwares – apesar das sogras acharem que sim.
Armários de tupperwares arrumados como num catálogo, só para psicopatas. Ou ET’s. Ou os dois.
Pior que a nódoa de batom no colarinho da camisa do marido, só mesmo nódoas de cenouras num tupperware branco. É que nem lavado com lixivia pura.
Há tupperwares que não podem ir ao microondas: são aqueles que já estão derretidos quando vais buscar a sopa aquecida.
As válvulas nas tampas de alguns modelos servem apenas para esperar pelo nosso pé no chão da cozinha, mesmo debaixo do tapete e quando estamos descalços. Pior só mesmo as peças de lego.
Os tupperwares de vidro partem. Mesmo.
As borrachas das tampas dos herméticos têm vida própria e nunca sabem se vão de vez ou se ficam mais um bocado.
Nunca se devem guardar tupperwares nos armários superiores. A não ser que se queira levar com um avalanche de plástico sempre que se abre a porta.
A porta desse armário nunca fecha na totalidade. Ora são as bordas de um estuporzinho, ora é um que se atravessa la atrás, não se vê e empurra todos em direcção ao abismo. Ou então é só aquele que impede a avalanche e nesse caso… Ninguém precisa das portas todas fechadas, certo?
Há 359 tamanhos de tupperwares no armário da cozinha. Mesmo assim, precisamos MESMO daquele onde só cabe o caroço da azeitona.
O melhor e mais ajeitadinho dos teus tupperwares é aquele que está sempre emprestado.
A venda de tupperwares redondos devia ser completamente proibida. Ou então trazer um escravo para os arrumar.
Ao fim de alguns anos, há tupperwares que viram autênticos chefs Michelin: guardas massa à bolonhesa e enfardas massa com carne e um travo de Fairy com notas de limão.
É inútil guardar comida no frigorífico dentro de tupperwares opacos. Apenas vai aumentar o número de defuntos no cemitério da Tupperwarelândia.
Tupperware começa com “T” e não com “V”. É por isso que nunca voltam.
São o melhor e mais barato brinquedo de crianças até descobrirem os tachos e os testos.
Tupperware é uma marca e é a elite dos tupperwares. A plebe destas vasilhas são os recipientes. A ralé são as caixinhas. Como toda a gente quer ser chique, todos temos tupperwares. E não, a tupperware não patrocinou este post. (mas podia…. Preciso mesmo de um tamanho que não tenho.)
Há já algum tempo que faço parte da equipa de cronistas, com artigos de opinião maizómenos engraçados.
Até agora já lá vão quatro, sobre os mais variados temas: desde Maria Leal, à educação sem género, passando por Notre Dame, a greve de combustíveis e o dia da mulher. Às vezes tudo junto, numa espécie de ovos mexidos com espinafres, queijo e gambas.
Deixo-vos os links para que possam espreitar, se não tiveremmais nada que fazer, claro.
Primeiro, morrem por mim. Umas quantas centenas, sôtor, não foram só uma ou duas! Depois vêm outras tantas, dizer que deveriam era todas voltar para a cozinha, que lá é que fazem falta e é na família que a mulher deve manter o seu foco. Só neste curto ano, mais de uma dezena, quatorze para ser preciso, viram cair a guilhotina pelas mãos dos carrascos a que um dia chamaram maridos. Milhares continuam subjugadas, maltratadas, reprimidas e dominadas apenas por serem mulheres.
Chiça! Isto assim é mesmo difícil. A cultura do género e do sexismo está mesmo enraizada em mim. Vou recomeçar. Com calma. Eu consigo. Sou mais forte que todas estas formatações de géneros.
A Maria Leal lançou uma nova música. Para crianças. Um autêntico massacre sonoro e genocídio visual. Ao pé disto, tudo o resto parecem nuvens de algodão doce. O lado positivo é que Tarantino já pensou nela para o próximo filme sangrento e até já tem possível argumento: meia dúzia de inocentes numa sala fechada com isolamento acústico, enquanto ouvem Maria Leal em loop. Só está a ter algumas dificuldades com a duração do filme, uma vez que até agora ninguém aguentou mais do que três minutos, bem como com a contratação de actores capazes de aguentar semelhante sacrifício em prol da sétima arte.
Entretanto, os motoristas de matérias perigosas pararam e o caos instalou-se. Esqueceram-se as reformas aos 69 anos, o cancro aos 50, o AVC aos 45, as doenças autoimunes e degenerativas aos 30, os acidentes de viação e comas alcoólicos dos 20, o incêndio de Notre Dame e os 600 milhões doados para a sua reconstrução, bem como a fome, a pobreza e a miséria que corre o mundo e os meninos que podiam não morrer de fome, se não fossemos todos tão egoístas. O apocalipse foi declarado e, em vez de corrermos a armazenar enlatados, rumamos em êxodo às gasolineiras e, tal como numa herança, correram todos a buscar o seu quinhão de combustível.
Dizer "bom dia" ao vizinho, se medo que ele possa ser comunista. Ouvir a música que se quer, mesmo a letra seja uma sátira ao Governo. "Sim, mas..." - apenas sim, sem o mas. "Eu não penso assim" - vamos ver se não pensas. Vestir o que se quer, como se quer. Mesmo que se provoque ataques de epilepsia com os padrões e cores berrantes. Usar biquíni, fato de banho ou aquelas tiras de pano que gostam de chamar trikinis. Não há orações obrigatórias na escolas. Não existiriam páginas como esta (bom, se calhar não é um bom ponto), até porque eu não teria direito a um telemóvel e viveria eternamente dona de casa.
No tempo do Salazar é que era bom, não era? Ah, que saudades daquela falta de liberdade básica. De ter de pedir licença para tudo e ai de mim que não cumprimentasse o agente de autoridade (ou que ele julgasse que não, mesmo que eu jurasse que sim). Isso é que eram bons tempos!
O povo tem, realmente, memória muito curta. E o pior é que grande parte dos que pedem o retorno de Salazar, qual rei d. Sebastião, na realidade não fazem a mais pequena ideia do que é viver numa ditadura. Eu também não faço, mas nem quero sonhar como será. A História é suficiente para eu saber que não quero e que não é algo que se deva sentir falta. Ao contrário do que afirmam falsos bajuladores do Estado Novo, não temos 'liberdade a mais', apenas não a sabemos utilizar devidamente. Mas isso já são outros quinhentos. 😉 Por isso sim: viva o 25 de abril! Para que nunca se esqueça que o antigamente, rapidamente vira actual e que o passado, facilmente se torna presente.
"É de manhã e desperta Paris Com o som de Notre Dame Há um burburinho que soa e condiz Com o som de Notre Dame Grandes sinos que dobram com pompa E sininhos com som de cristal A alma de toda Paris vive toda afinal Do som de Notre Dame"
O Corcunda de Notre Dame, Disney 1996
Donativos para a reconstrução da catedral, por mais chocante que nos possa parecer, por mais imoral que nos possa soar, são tão legítimos como qualquer doação a favor de qualquer causa. Se me faz comichão a disparidade de valores face a outras situações, sobretudo as que envolveram perdas humanas? Pá, um bocadinho. Eu não o faria, por exemplo. Mas isso não me dá o direito de julgar e apontar o dedo a quem escolhe doar o seu dinheiro para isto. Porque não, lamento mas não são "esteiros e estacas ao alto", não é só um edifício, não é só uma catedral. São séculos de História de um povo. Eu não faria uma doação monetária para a reconstrução de Notre Dame, mas isso não me dá o direito dizer que é ilegítimo alguém o fazer. Da mesma forma que não me compete julgar o vizinho que ajuda o cão abandonado, mas não visita a mãe no lar há mais três meses. Da mesma forma que não aceito que julguem as minhas ações: faço o que posso e giro as minhas prioridades como acho adequadas e como me fazem mais sentido. Ah, e o humor sobre isto é só mesmo isso: humor. Uma piada que vem, ri, faz rir e vai à sua vida. Não necessariamente uma opinião sobre o tema. Podemos ser uma bocadinho melhores do que eternos juízes do Facebook, não podemos?
Esqueçam os cigarros, os trocos para café e o tupperware emprestado em 1936. Para saberem se a amizade é para vida, perguntem àquele amigo que tem o depósito confortavelmente meio cheio:
- Mano, partilhas comigo?
Se não for a correr buscar uma mangueirinha, podem enfardar as últimas latas de atum do universo sozinhos.
Fogo, vocês já viram o que aconteceu à Catedral de Norte Dame? Muito triste passar assim de uma catedral centenária e Histórica a um edifício QuasIModo. Nada digno caramba, nada digno.
Se há coisa que eu adoro nesta vida - além de papas de aveia - é a literalidade. Há lá coisa mais bonita do que um mundo sem piadas e sem ofensa em cada esquina? Um mundo puro e casto, com floreiras de tulipas no inverno e rosas sempre em botão? Sem esta malta armada em engraçadinha e sempre a mandar bitaites sobre tudo e sobre nada. Isto não é humor. Humor eram os Malucos de Riso que gozavam com esterióripos, mas como tinham o Camacho Costa a malta não levava a peito. Agora é só humoristas de trazer por casa e comediantes de caixas de comentários a notícias espalhafatosas. E eu não gosto disso. Porque é que não podem dar opinião sem gozar? E depois nós é que não temos poder de encaixe! Como se fossemos nós o défice da equação, como se o problema fosse mesmo nosso, dos literais, a quem tudo ofende. Chamam-nos virgens ofendidas. Não porquê: nem sequer há virgens nestes tempos. Isto enerva-me! Não podem ser concretos um bocado e falar a sério? Sem ironia, sem escárnio e sem sarcasmo? Custa assim tanto utilizar metáforas bonitas e que não aleijem muito o nosso ego? Já não chega envelhecer, as articulações a ceder, a confiança pessoal entrar em colapso e ainda temos que levar com piadas de algibeira? Todos os dias? A todas as horas? Não dá! Quero a minha literalidade de volta, quero sentir outra vez o peso das dores onde insistem em alegar que o humor atenua, quero viver livre, feliz e contente na minha verdade. Agora, calem-me essa gente das piadas. Já ninguém as suporta. E viva o 25 de abril! Apesar de eu achar qu'isto no tempo do Salazar é que era bom e que agora há liberdade a mais. Mas pronto, viva o 25 de abril porque aquilo ainda deu trabalho e com trabalho não se brinca. Nem com dinheiro, também não se brinca com dinheiro. Aliás brincar só com bonecas. De plástico, que as de porcelana quebram e depois alguém tem que limpar.
Tentei ligar-te ontem, mas a linha aí para cima estava ocupada. Deduzo que o Osíris estivesse a tentar a sorte dele contigo antes de partir outro telemóvel, por isso vou tentar a via mais tradicional. Pode ser que o Wi-Fi aí já funcione e estejas ligado à rede. Olha, tu sabes que eu te curto. Eu tenho esta mania de dizer que não acredito e que não faz sentido e que o inferno é que é bom, mas tu sabes, bem lá no fundo, que são só balelas. É só para ser fixe e sentir que mando alguma coisa, quando na realidade não mando nada. Enfim, humanos. Tu percebes, certo Sr. Pedro? Mas hoje não é por mim que quero falar contigo. É o seguinte: dizem os senhores da meteorologia que amanhã chove a potes. Ora, até aí tudo bem não há grande problema, mas achas que, eventualmente, podes fazer aí uma pausa nisso a partir da madrugada de sábado? É só umas horitas, 8 a 10 no máximo. Passo a explicar: uns amigos vão fazer uma caminhada até uma amiga tua (a amizade deve valer alguma coisa aí em cima, não?) e já é duro o suficiente levantarem-se às 3 e tal da madrugada para percorrer 40 e tal quilómetros. Tu já viste o desmoralizante que é se ainda por cima lhes cair o céu em cima sob forma de água? É desumano. Dá para dares aí um jeito a isso? Podemos trocar, se quiseres: tenciono ir correr amanhã à noite, podes largar tudo em cima de mim que eu tenho bom lombo e posso com isso (mas só em cima de, ok? Arranja aí uma nuvem como a Elsa arranjou para o Olaf, pergunta-lhe como é que ela fez que ela é boa moça e de certeza que te ajuda). Desde que deixes ali umas horas de tréguas, por mim tudo bem. A propósito, das 18:30 às 20:00 o homem - e mais uns amigos - têm um trail. Vê lá isso também, por favor. Já é muito? Hmmm, e se eu deixar três estendais de roupa quase seca à tua mercê e não reclamar nadinha? Temos acordo? Repensa lá isso, por favorzinho. Lembra-te que nem sequer reclamei da tua febre que quase nos cozeu vivos dia 24 de março, hã? Não custa nada agora dares aí este jeitinho. Pensa nisso, com todo o teu carinho.
Limpei o interior de um carro com lixívia pura e tive de andar três dias com os vidros abertos. Paguei combustível e saí da bomba sem abastecer. Caí de uma passadeira em andamento. Atropelaram-me o pé e eu fugi porque achei que a culpa era minha. Tive ideia para um passatempo supimpa que abre daqui a pouco. Tive um acidente, fui culpada, chamei a polícia e não tinha inspeção no carro. Retoquei a pintura de um carro com tinta preta, a pincel. Alinhavei o meu último texto. Fiquei fechada na mala do meu próprio carro, por azelhice. Perdi a lâmina da chave do carro. Deixei cair uma toalha em cima de um foco de luz ligado e por um triz não incendiei o ginásio todo. Acertei sem querer com a bola de 6kg no professor na última aula de PT, semana passada.