Depois de ter deixado muita gente inquieta com a listinha de coisas que me enervam profundamente (caaaaalma pessoas, quando eu digo enervar, é só mesmo porque me mexe com o sistema, não é porque desatei a partir os pratos, ou porque não dormi a pensar no assunto), cá vai a lista de coisas que me deixam profundamente alegre:
Saber que sou capaz de gerar vida - é das melhores sensações do mundo;
Saber que tenho alguém à espera quando chego a casa, mesmo quando há arrufos;
Saber que ganhei as melhores irmãs do mundo;
Saber que tenho os melhores amigos de todo o meu mundo;
Saber que tenho saúde;
Saber que tenho os dois cães mais mafarricos do planeta e adora-los até nas piores asneiras;
Saber que se não faço mais, é porque não posso e não porque não quero;
Saber que devo pensar muito bem no que digo, e nem sempre dizer o que penso;
Saber que o tempo de uma inspiração é suficiente para aclarar as ideias e evitar palavras mal ditas;
Saber que não há coisas imperdoáveis;
Saber que perdoar não é sinónimo de esquecimento, mas também não é sinónimo de repetição;
Saber que tive, tenho, a sorte de conhecer excelentes seres humanos;
Saber que quando nos fecham uma porta, há sempre uma janela, um postigo, ou uma entrada camuflada;
Saber que mesmo longe, há pessoas que se preocupam, genuinamente, comigo;
Saber que tive os melhores pais que poderiam exitir;
Saber que foi com eles que aprendi algumas das mais importantes lições;
Saber que, todos vocês, que são verdadeiramente importantes, sabem o quanto o são e que, aconteça o que acontecer, estarei à distância de um abraço.
Saber tudo isto e ter a sensação de não saber rigorosamente nada.
Eu avisei que a lista-de-coisas-que-me-alegram-profundamente era bastante maior que a anterior. E sim, é nesta que penso com bastante mais frequência. =)
Pessoas que culpam deuses pelo mal que vai no mundo.
Acredito no Ser Humano, no que toca a entidades religiosas (ou divinas) já lhes perdi a fé, e não pelas rasteiras da vida, mas porque acredito que a religião, quando assumida, abraçada e pregada na sua integra, nos tolda o pensamento e a razão. Arrisco mesmo dizer, e perdoem-me os mais crentes, que contribui para a tacanhez.
Ora, o que não falta por aí são crentes, amaldiçoando todos os dias o "seu" deus. E isso, de facto, faz-me alguma espécie.
Se lhes acontece a mais extraordinária das coisas, é porque deus assim quis.
Se lhes desaba o céu ou lhes tiram o chão seguro que pisam, é porque deus assim o desejou e os seus desígnios são escritos por linhas tortas, mas sempre certeiros.
Eh pá, não é assim um bocadinho antagónico que "o" deus que vos criou, vos deu tudo de bom que têm na vida, seja o "mesmo" deus que vos leva os pais, irmãos, por vezes filhos, para "junto" dele? Ou que vos castigue, colocando-vos nas filas para o centro de emprego anos a fio?
Não é deus descrito na bíblia como "misericordioso e clemente, (..) abundante em benevolência e em verdade?" (Êxodo 34:6) Não é deus sinónimo de amor? (1 João 4:8) Então como podem acreditar que, do alto da sua bondade em dar-vos tudo, de repente lhe dê os cinco minutos e vos arranque o coração e continue a remexer na ferida aberta? Não faz sentido.
Eu cá - e perdoem-me os mais crentes a comparação - não ia gostar nada que me atirassem tudo para cima das costas, o bom e o mau. A meu ver, e só a meu ver, isto é um bocadinho como a projecção (enquanto mecanismo de defesa do ego): as nossas virtudes, conquistas, vitórias, defeitos, perdas e derrotas, não são feitos nossos, mas sim de outra pessoa, neste caso deus(es).
Se abrirem no vosso facebook e procurarem uma daquelas páginas (infelizmente) comuns de doentes, essencialmente os oncológicos, que procuram ajuda financeira, ou simplesmente algum apoio moral, irão deparar-se com centenas, senão mesmo milhares, de comentários envolvendo e colocando os infortúnios nas mãos de deuses:
"A "Adelaide" recuperou após o 55º ciclo de quimioterapia!"
"Deus permitiu essa grande vitória" (pergunta para barulho: e se ela não se tivesse submetido ao tratamento?)
"A "Mafalda" será hoje operada."
"Está nas mãos de deus" ou ainda "Deus guie os médicos" ou "Deus, porque permites tanto sofrimento e doenças más? Não é justo..."
"O "Tadeu" não resistiu e perdeu a sua batalha contra o cancro."
"Deus tem mais um anjinho com ele", "Foi porque deus assim quis", "Deus sabe escolher entre os melhores da terra" e outros que tais.
Reparem, e peço desculpa me expressei de forma a que pensassem isso, eu não tenho nada contra quem encontra auxílio e apoio espiritual na religião, acredito até que, em certos casos, o acreditar num ser supremo que olha por nós, transmita algum positivismo e melhore o ânimo do paciente. O que não está certo, é atribuir todos os cenários ao mesmo responsável.
E isto é muito mais notório aquando o óbito. Aí, e sobretudo quanto menor for a idade do defunto, deus é praticamente crucificado. Isto porque, e muito mal, entendemos a morte como uma derrota, seja médica ou pessoal. A verdade, porém, é que - e por muito que nos custe - a morte é um processo natural, não tem idade definida e é inevitável quando o corpo atinge o seu limite de sobrevivência.
"Nascemos para morrer", não é o que reza o ditado? Então porque continuam a culpar deuses?
Vamos pensar nisto? Mas não muito, só um bocadinho, está bem?
Será muuuito raro ouvirem-me falar das beneces de produtos de beleza, até porque, rotineiramente, sou pessoa de poucas maquilhagens e artificios - já me chega escolher uma indumentária que não me envergonhe e combina-la devidamente com os acessórios.
Basicamente, a minha rotina matinal, no toca ao aprimorar do rosto, resume-se a creme hidratante - sou bastante fã do BB Cream - máscara de pestanas e corretor de imperfeições, este último nem sempre, só mesmo quando é preciso.
Tenho o cuidado de, pelo menos uma vez por semana, aplicar uma máscara para uma limpeza mais profunda da pele do rosto e claro, além da boa e velha águita, passo ao final do dia uma loção desmaquilhante. De resto, é só.
E era feliz com esta rotina simplificada, até ao dia que ao folhear o catalógo, me deparei com este produto:
Vendiam eles, a ideia de que o sérum fechava o poros (o drama, o horror de quem sofre com a pele oleosa/mista), uniformizando a pele dando-lhe um aspecto mais matificado.
E não é que é mesmo?
Tenho aplicado o meu de manhã (antes do BB Cream) e à noite, estando mesmo bastante contente. Os poros estão, de facto mais pequenos, a pele fica quase de imediato com um aspecto mate e menos brilhoso e, para mim o melhor de tudo, não noto ao longo do dia aquele brilho caracteristico das peles oleosas e que, por muito bom que seja o creme, acabamos por notar lá mais para o final do dia.
O sérum vem num fraco doseador, bastante prático, muito fluído e fácil de espalhar, não sendo necessária muita quantidade do produto.
Vá vão lá de caneta em punho encomendar a quem revenda! Tenho a certeza que conheçem alguém que o faça, ou que conheçam alguém que conhece alguém que revende.
O tema que anda nas bocas do mundo...Ou talvez só de Portugal.
Não frequentei a faculdade, sendo, portanto, nula a minha experiência nas humilhações praxes académicas.
Já na secundária, quando ponderava uma possível vida universitária, sempre achei que seria anti praxe. Só de me imaginar no meio de meia dúzia de animais pessoas aos berros a darem-me ordens estapafúrdias, era coisa para me pôr uma semana barricada em casa. Logo eu, com o meu ar de-não-faço-mal-a-uma-mosca, aliado à coroação de totó do ano, faço pequena ideia, seria como carne fresca no meio de hienas famintas.
Há muitos defensores das praxes, cada um com a sua teoria certeira de integração (onde?), acesso a apontamentos e regalias estudantis (mas não é suposto fazer isso nas aulas?), tradição, e tudo, e tudo, e tudo... Mas há coisas que não me entram na moleirinha.
Nem tudo na praxe é mau e a praxe, sobretudo a caloiros, não tem necessariamente de ser uma má experiência. Eu acredito nisso, mas daí a que isso exista em toda e qualquer faculdade ao virar da esquina, vai uma grande diferença! Em primeiro lidamos com humanos, logo o que será aceitável para alguns, para outros será uma vergonha. E se estes últimos abrirem a boca é bem provável que oiçam uma missa bem gritada cantada sobre a sua ausência de direitos. Por acaso, de tudo na praxe, aquilo que mais espécie me faz é mesmo isso: a dignidade. Ou a falta dela. E a arrogância de quem praxa.
Pronto, nesta altura estarão já a pensar em generalizações absurdas, feitas com base em meia dúzia de reportagens, que, só por acaso, não assisti. Não é nisso que me baseio.
Diz que há uma regra, parva que nem sei quem a assumiu como tal, que o praxado não pode olhar diretamente para quem o praxa. Se isto não é arrogância e perda de dignidade, para não falar em respeito e igualdade, então não sei o que é! O que é um fulano(a) mais que o outro? Ou tem mais que outro? Onde é que isso contribui para uma boa integração de pessoas novas, num sitio desconhecido? Claro que eu posso levar a praxe como uma brincadeira, onde faço meia dúzia de parvoíces, às vezes para integrar num determinado grupo, e até me divirto e passo um bom bocado. Mas e se eu, enquanto caloiro (nem sequer me refiro a outras praxes), não quiser "cumprir" determinada "ordem"? Como faço? Digo que não, e depois? E se eu sofrer algum tipo de represália?
Tem que existir uma hierarquia? Tudo muito certo, na secundária também havia: alunos, funcionários, professores e conselho diretivo. Ponto. Onde está a direção da faculdade, alguém que hierarquicamente esteja acima de todo e qualquer aluno, numa praxe? Talvez se estivesse, não haveriam tantos abusos.
Mais uma vez, e só para terminar, nem tudo na praxe é mau. Se calhar, se substituíssem aquilo que chamam de rituais de boas-vindas e integração, por outras atividades melhorariam bastante a qualidade das tradições. Claro que este assunto, agora nas bocas do mundo, vai morrer ali, ao pé da praia. ( E não, não pretendo fazer trocadilhos com o caso do Meco).
A verdade, é que nem sei muito bem como definir o meu estado, após a visualização de uma reportagem sobre VIH/SIDA. Não sou pessoa de ver telejornais, quando muito o da 2, mas fiquei em choque com o que vi. Então não é que o VIH está a aumentar na nossa geração?! Na nossa super (des) informada geração? Na geração que mais formação acadêmica tem? Que raio aconteceu?! Dizem eles, os médicos, que se perdeu o medo, que esta geração não viveu o apogeu da SIDA e não teme a infecção. E mais: Portugal está entre os países com maior índice de novos casos. Preocupante, não é? É certo que o tratamento desta doença evoluiu muito nos últimos 30 anos, sendo possível manter uma vida longa com o vírus controlado, mas não sem enfiar uma catrefada de retrovirais no bucho, todos os dias, para o resto da vida. Pessoal novo e destemido deste Portugal à beira mar plantado: a SIDA existe. A SIDA não morreu com o António Variações. Fica o aviso: forniquem à vontade, mas usem preservativo.