"A vida foge-nos, escapasse-nos como água entre os dedos. Morremos a cada respiração, a cada palavra, a cada olhar, momento a momento encurta-se a distância que nos separa do nosso fim, nascemos e já estamos condenados à morte. A vida é breve, não passa de um instante fugaz de um brilho efémero nas trevas da eternidade”
São vários os diálogos que habitam o meu coração literário. Mas há uma frase que ficou sempre cá dentro e que digo vezes sem conta.
Não sei se mais alguém leu as aventuras do Bando dos Quatro. Foram livros que fizeram parte da minha adolescência e não me esqueço nunca das sábias palavras do Tio João, sempre que algum dos seus pupilos se impacientava:
- A paciência é uma virtude!
Digo-o muita vez aqui em casa, sobretudo ao miúdo, que não me passa absolumente cartão nenhum. Só para verem como é uma frase que me acompanha, atentem neste diálogo com duas crianças, aproximadamente de 7 anos, na altura das férias de verão:
(Tinha prometido ao meu cunhadito e a uma prima que os levava a uma exposição com animais embalsemadoa que esteve no jardim botânico)
- Mas, ó Caracol, quando é que vamos? - perguntava um.
- Depois do almoço.
- Mas ainda falta taaaaaannnnnttooooo... - resmungava o outro, olhando para o relógio.
- Pois, mas só vamos depois do almoço. Se se entretiverem um bocadinho o tempo passa mais rápido.
- Mas não temos nada para fazer....
- Não? Eu arranjo-vos já.
- Não é que não tenhamos, mas queremos ir...
- Eu compreendo, mas não vamos já. Têm que esperar mais um bocadinho. Até porque a paciência...
Já a meio de desafio e lançam assim uma pergunta difícil.
Dei voltas à cabeça, fui aos confins da memória, mas a verdade é que não encontrei nada se enquadrasse nesta categoria. Claro que já existiram livros que não gostei, que detestei e que nunca mais quero ver à frente, mas não acho que não devessem ser impressos. Alguém haverá de os ler com gosto, serão os preferidos de alguém e terão lugar de destaque na estante. O que não é bom para mim, será ótimo para outra pessoa. Portanto, não consigo mesmo eleger um título para esta pergunta, lamento.
Só li uma saga até agora. Já li livros que têm mais que um volume, mas nunca mais que dois.
Saga, digna desse nome, só li - já lhe perdi a conta às vezes - esta:
Que dizer? Podemos ter 20, 30, 40 anos, que lê esta saga torna-se uma adolescente outra vez. A verdade é que Meyer conseguiu uma personagem onde cabem todas as mulheres, todos os dramas femininos, todas as virtudes, os imensos defeitos. Tudo. É por isso que é tão fácil gostar da Bella, tem um bocadinho de cada: da timida, da insegura, da poderosa, da assertiva. Depois temos o resto: os vampiritos e os lobisomens e todo um mundo fantástico para descobrir.
Ainda hoje não percebo como raio foi a miúda escolher o vampiro sem sal. O Jacob tem tudo, além dos abdiminais em tanquinho, tem mais sentido de humor, é amigo, compreensivo, não faz demasiadas perguntas, não é intrometido e ainda tem um bocadinho de rufia, que lhe dá imensa graça.
Mas pronta, a miúda é da equipa vampiresca, nada a fazer.
Não pela história, que é bonita e vale a pena sim senhor, mas sim por quem e como me foi oferecido.
Foi um dos primeiros romances que a minha mamazita me ofereceu, pelo meu 16º aniversário.
É especial. Foi dado por alguém ainda mais especial, numa altura em as paixonetas eram passado e estava 100% dedicada aos estudos. Foi o primeiro romance romântico que li e ainda consigo sentir a excitação, o contentamento. Fiquei algum tempo só a contemplá-lo. A folhear, a sentir o cheiro a novo.
Infelizmente, cometi o grave erro de ver primeiro o filme. Quando cheguei ao final, achei que faltavam páginas, afinal homem morria por causa de uma carta? A uma mulher falecida? Nada de nobre, como salvar uma família em apuros no alto mar? Fiquei desapontada. No entanto, acabei por perceber que faz mais sentido assim. Toda a trama, todo o desenrolar da história o leva para lá, se fosse de outra forma, não faria tanto sentido.
No entanto, e porque ele (o dinheiro) não abunda, procuro sempre promoções, ou então, caso seja uma novidade aguardo mais um tempinho a ver se o preço desce.
Nenhum dos meus exemplares ultrapassa os 20/25€, a não ser este:
A minha edição não é igual a esta, mas sim uma que saiu no JN há uns anos valentes, penso que aquando o lançamento da obra. Saía um fascículo por dia, sendo o primeiro a capa dura. O prazer que me deu, na altura, unir fascículo a fascículo com uma linha e cola-los à lombada.
Quando vi na FNAC um livro exatamente igual ao meu, não resisti a saber o preço. Como não estava marcado, perguntei ao funcinário que prontamente verificou e me indicou a módica quantia de cento e muitos euros. Fiquei chocada e feliz por possuir semelhante valor literário! =)
Hoje, pesquisei na WOOK e encontrei-o à venda por 164.99€.
Não era meu, nunca tive muitos livros em miúda, era de uma prima que adorava azucrirnar-me a vida. De vez em quando, emprestava-me este livro ou lia-me algum dos seus contos e eu adorava. As ilustrações, o ter uma história diferente por dia... Era livro verdadeiramente mágico.
Cheguei ao fim muito depois de o ter começado, demorei quase um ano. Fui lendo outros pelo meio. Ora lia um capítulo, ora ficava dias a fio pousado sem lhe mexer. Na altura não fiquei particularmente fã, mas recordo-me que gostei do enredo. Mas custouuuuuuu, oh, se custou!
Li-o na adolescência e praticamente de uma assentada.
Estava a limpar a sala da minha avó e deparei-me com um livro muito velho. Tão velho que as páginas estavam soltas, amarelas e carcomidas.Faltavam-lhe alguns capítulos, os dois ou três iniciais e não tinha capas. Sentei-me no chão com aquela relíquia e fiquei de imediato fascinada com a história de Simão e Teresa. Pedi à minha avó se o podia levar para terminar e tratar de o conservar.
Atei-lhe as folhas com linha nova e fiz-lhe uma capa com cartolina vermelha. Acho que até lhe escrevi sinopse!