Há dias que uma pessoa de manhã e à tarde não pode sair à noite
Ontem foi um desses dias.
Trabalhei que me fartei. Chego a casa e o Mário está com a telha, dou-lhe o desconto por ser semana de readaptação à creche. Deitei-o muito mais cedo do que o habitual.
O jantar, apesar e ótimo, estava frio, o que não me reconfortou o estômago.
Depois de tratar das tarefas domésticas, enfio-me na casa de banho, ansiando por um banho reconfortante e relaxante. Além de quase se me acabar o gás, que bem senti a água a esfriar ali para o final, não tinha champô!
Champô, pessoas! O frasco estava lá, sim senhora, ma vazio! Nem uma gotinha para lavar a juba e disfarçar a coisa. Ora, o que é que uma pessoa faz? Rouba champô ao homem, pois claro! Enxagua muito bem o cabelo, numa tentativa vã de eliminar o odor masculino, fecha os olhos ao secador, enfia-se no pijama polar e nuns carapins e vai ver o OJ, aquela série nova que prometia ser maningue nice.
O OJ? Não faço mínima ideia. Adormeci assim que assentei no colchão.
O cabelo? Está uma merda porque tive preguiça de o secar, não cheira a homem, mas cheira a mofo.
Não pode piorar? Pode, entrei naquela semana do mês.