Homens
Há anos que digo o quanto gostava de ter uma árvore de natal com neve. O meu homem, pessoa atenta aos desejos de sua esposa, chegou a casa, há dias, e disse:
-Mulher! (Tão querido este meu homem!) Comprei-te um pinheiro!
Atentem só na linguagem: como se eu fosse usar o pinheiro, como se o nosso não precisasse da reforma.
- A sério? Não valia a pena, o nosso estava manco, mas servia para este ano... Até porque, de certeza que o Mário iria acabar com o que restava dele.
- Deixa lá, veda-se o pinheiro. Comprei-te um daqueles que gostas...
Antes de terminar a frase, a minha mente projetou isto no meu cérebro:
E já ali a babar, os olhinhos a cintilar de excitação, construindo já toda uma decoração na minha cabeça, quando o homem quebra todo o encanto terminando a frase:
- Branquinho!
Gelei. E não foi de frio.
- Branco? Mas branco como?
- Então, branco. Não disseste que gostavas de árvores com neve? Trouxe-te um pinheiro branco.
- Mas branco? Branco, todo branco?
- Sim mulher, branco!
Agora que revejo o diálogo, parcia mesmo uma conversa de tolos. Mas eu nem queria acreditar que o meu homem, a quem eu sempre disse que gostava de pinheiros VERDES com NEVE, havia adquirido um pinheiro branco.
Só para perceberem melhor o que ele comprou fois isto:
Claro que a árvore já foi trocada e na nossa sala já mora um bonito pinheirinho verde.