Ora pois que hoje vos trago mais alguém da blogozona. Dona de duas casas aqui na vizinhança (nesta morada e nesta), ainda faz uma perninha neste prédio comum.
Já sabem quem é?
É a Magda, pois claro, que simpatica e prontamente acedeu ao meu pedido e veio dar duas de letra sobre isto da maternidade e afins. E que bem que ela falou, ora oiçam:
Magda, 47 anos a caminho dos 48 (se não me enganei nas contas como é habito...) e com tantos filhos que nem sei o nome de todos...
Começo pelos filhos biológicos: a Maggie (que tem 14 anos e vai a caminho dos 15) e o Martim (que tem 12 e vai a caminho dos 13).
E depois os filhos adoptivos que são mais que as mães. Primeiro os da faculdade e que são uns 15 ou 16. Como eu era a mais velha, era mais cuidadosa com os preparativos da viagem de finalistas, era eu que os acordava em Cancun para irmos para as excursões, tratava-lhes das feridas... fiquei a mãe.
A Joana diz que eu sou a mãe dois. A irmã duma grande amiga pediu para mudar o nome para um qualquer que comece por M para poder ir viver para a minha casa para ter livros, séries e animais com fartura. A Bruna é uma das melhoras amigas da minha filha e trata-me por mãe porque eu a trato como filha...
Sorrio sempre que leio a tua apresentação Magda, ser - se assim mãe de tanta gente é obra! Conta-nos cá, o que tens aprendido nisto da maternidade?
A maternidade é tal qual a vida - aprendemos todos os dias coisas novas. Os filhos não vem com manual de instruções (o que, às vezes, é uma pena). E é tudo novo - para os pais e para os filhos.
Como gostarias que os teus filhos te recordassem daqui a uns valentes anos?
Como alguém imperfeito que fez o melhor que sabia por eles.
Embora já sejam mais crescidos, as birras continuam? Ou nem por isso? Como reages quando elas surgem (ou surgiam)?
Nunca foram crianças de fazer grandes birras. Felizmente. Mas se as tivessem feito teriam corrido o risco de ficar a fazer birras sozinhos porque eu ia-me embora. Ou então dava-lhes cinco boas razões para chorarem (lá vou eu ser fuzilada).
Vais nada, aqui não se fuzilam mães. E olha que digo isso imensas vezes, os putos tiram-nos do sério. Imagino que dois adolescentes também não seja pêra doce. Como é isso de ser mãe de adolescentes?
É ser mãe. Todas as idades tem as suas coisas boas e as suas coisas más.
Além de tudo o que aprendeste, de tudo o que ensinaste, há algum momento que tenha marcado?
Vários. Uns pelo humor outros nem por isso. Mas um dos que mais me mais me marcou e me fez perceber o que era ter dois filhos foi quando a gaiata tinha 2 anos e pouco e o gaiato dois meses e pouco. Estávamos em casa os três sozinhos e ela estava a dormir a sesta no quarto dela. Eu estava a dar de mamar ao gaiato na sala. De repente ela caiu da cama e desatou a chorar. Deitei-o no berço e fui para ir ter com ela e nisto parei no meio do caminho. Estavam os dois a chorar e eu sem saber qual acudir primeiro. Como se escolhe um dos filhos?
Sendo já os teus pequenos completamente autónomos tens a gestão do tempo facilitada ou nem por isso?
Eu sou uma mãe muito má. Porque habituei os meus filhos, desde muito novos, a fazerem coisas sozinhos. E a ajudarem em casa. E isso reflecte-se no resto. sim, sem dúvida que assim é mais fácil gerir o tempo. O meu e
o deles mas acima de tudo o nosso tempo, aquele que passamos em conjunto.
Algum conselho para futuros pais e para pais com miúdos prestes a entrar na adolescência?
É tão bom ver o equilíbrio de uma mãe imperfeita! Adorei! E revi-me perfeitamente na dúvida de qual o filho a acudir primeiro. Foi uma das situações com que me deparei depois da Fatia#2 ter nascido e que me fez imensa confusão. Agora estabeleci um critério de prioridade: acudo a que chorar primeiro!
é um bom critério, sem dúvida. Eu, no dia a seguir, meti a gaiata a dormir a sesta ao pé de mim na sala. Se acontecesse alguma coisa estavam os dois na mesma divisão da casa o que ajudava :p