Mães (Im)Perfeitas - A Suzana
Mais uma voltinha, mais uma mamã. De dois e com um cargo de chefia. Isto promete, hã?
O meu nome é Suzana, sou diretora técnica de creche e jardim de infância e acumulo a função de educadora.
Tenho dois filhos: o Pedro, que é um doce de menino, um pouco mais calmo que a sua irmã, mas muito teimoso e a Sofia que é uma menina amorosa, cheia de energia e um pouco possessiva. São duas crianças curiosas, gostam de correr, saltar, andar de bicicleta, de jogar à bola, mas acima de tudo gostam de estar um com o outro.
Suzana, sendo os teus filhos mais maiorzitos, suponho que a fase das birras tenha passado. Ou nem por isso?
Sim, eles já são crescidinhos. Sinto que estão a crescer depressa demais! As birras propriamente ditas, com muito choro e barulho, estão a ficar para trás, embora existam, pontualmente, situações semelhantes que apesar de normalmente não serem tão ruidosas, eles mostram o desagrado através de expressões muito fechadas, algumas lágrimas à mistura e argumentam muito apelando ao lado emocional.
Em pequenos - e mesmo agora em graúdos - como lidavas com as birras?
Quando eram mais pequenos, tentava acalma-los, mas sempre fui firme. Um sim era sempre um sim e um não era sempre um não, independentemente da intensidade da birra.
E existiram algumas verdadeiramente complicadas...
Agora são mais crescidos, continuo a manter a firmeza da minha decisão inicial, explicando os motivos e as razões. Às vezes são diálogos um pouco acesos. Por vezes, conseguem perceber e termina ali a situação. Em alguns casos mais complicados, apesar dos meus esforços, ficam zangados. No entanto, como percebem que isso não altera nada, depressa vai modificando.
Sendo o Pedro e a Sofia já mais autónomos, tens a gestão do tempo facilitada?
Pois, essa é uma questão delicada. Seria de esperar que sim, mas dou-me conta de que as coisas vão-se complicando. Já passou a fase de ser um desgaste físico muito grande e sem nenhum tempo para mais nada, afinal a diferença de idades é de 3 anos e meio.
Agora eles são os dois autónomos, mas cada vez mais tenho que gerir o meu tempo entre atividades deles e por vezes até por aquilo que chamo "a sua agenda social", como os aniversários, por exemplo. Já nem falo na rotina diária.
O meu segredo, chamesmo-lhe assim, é aendar muito bem todo o meu tempo livre entre tarefas domesticas, o Pedro e a Sofia. Já vão participando em algumas tarefas lá em casa, o que já é uma ajuda. De resto, improviso está sempre na ordem do dia.
Consideras a tua atividade profissional uma mais valia na maternidade? Ou nem por isso?
Não. Se há coisa que cedo me apercebi, logo após ter sido mãe pela primeira vez, é que não era naquele momento a educadora de infância, mas sim mãe e com as ansiedades, as questões e os desejos que qualquer outra mãe com outra profissão teria. E por isso mesmo foi e é uma relação muito normal com questões, dúvidas, com momentos bons, momentos difíceis. Enfim, tudo igual a qualquer outra...
Queres partilhar connosco um momento que te tenha marcado enquanto mãe?
Isso é difícil. Tem sido uma viagem muito gratificante, muito plena de pequenos momentos felizes, menos felizes, mas todos eles muito importantes. Fazem parte da nossa caminhada. Realmente, a maternidade é algo único, insubstituível e não consigo eleger um momento em detrimento de muitos outros tão ou mais importantes.
O Pedro e a Sofia são duas crianças únicas, especiais, com diferentes personalidades, mas que se completam. Cada dia que passa esse é o sentimento que muito me deixa satisfeita e feliz.
Por fim Suzana, consegues definir a maternidade numa só palavra?
Uma só palavra... Partilha.
A minha vida mudou quando me tornei mãe e tive que partilhar tudo desde o inicio. Partilhar o meu corpo, o meu tempo, as minhas emoções, a minha vida... Tem sido uma partilha constante. E que bela partilha que tem sido!
Muito obrigada Suzana por este bocadinho de conversa!