Memórias facebokianas
Este post é para ti. Para ti vives no teu pequeno mundo, sozinho, e esqueces que existem outros à tua volta. Para ti que desprezas a pobreza, esquecendo que não há maior, que a de espirito. Para ti que olhas com piedade para um cão sedento e com a pele encostada às costelas, mas és incapaz de o alimentar e dar-lhe água. Para ti que declinas educamente uma esmola, ao invés de oferecer o snack que trazes contigo. Para ti que olhas com desdém para quem “cheira mal”, sem te lembrares que pode não ter como tomar banho. Para ti que mudas para o outro lado da rua, quando vês um animal quase sem pêlo. Para ti que criticas quem apoia, quem dá o que tem naquele momento – e não tem que ser necessariamente dinheiro – lembra-te: nada é eterno. Nem esse pedestal onde decidiste assentar, nem o véu que te turva a vista. A ti, desejo-te: que nunca batas no fundo do poço. Porém, se bateres, espero que alguém olhe pra ti com o mesmo desdém, para que depois possas dar valor a quem te der a mão. Não sou melhor do tu – e isso é perceptivel por este texto. Não tenciono mudar o mundo. Não consigo mudar os meus defeitos, quanto mais o Mundo! Mas acredito, que podemos, em determinados momentos, tornar o mundo de algum ser vivo um bocadinho melhor, seja do nosso melhor amigo, de um animal, ou de um desconhecido. Por isso, desce e aparece. Faz. Mexe-te. Vais ver como te vais sentir melhor. Se não sentires, então desculpa, enganei-me a teu respeito.
Escrito em 2013, lembrado hoje pelo facebook.