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A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Pássaros em Debandada

Há anos - não sei precisar quantos,  mas estou em crer que desde sempre - há anos, dizia eu, que falo, ou escrevo, vá, diariamente com a Magda, a Alexandra, a Mula, a Just, o Silent Man, a Fatia, a Drama e a Cunhada. Nunca os vi fisicamente, mas são tão parte dos meus dias como o café com gengibre para acordar. 

Já devem ter ouvido falar na gente: somos a Passarada. Porquê? Perguntem à Magda, não se m'alembram todos os detalhes. 

Se há anos que falamos todos os dias, numa caixa de mensagens que roça o caos, correm os mesmo dias desde que prometemos jantar todos juntos. 

Nunca se proporcionou. Ora porque um não podia, ora porque outro trabalhava, ora porque estamos geograficamente longe, ora porque alguém se cortava (culpada!), um sem fim de cenas que levaram ao não ajuntamento da malta. 

Há dias, recebi uma mensagem do Silent Man dizendo que viria ao Porto, por isso queria jantar comigo. Siga, tudo muito bem. 

O jantar entre famílias - eu assumi que traria a dele, já que o meu homem e o Caracolinho também iam - ficou combinado para as 20:30, o que me dava tempo para arrumar a casa. 

Ora, o que é que me deu para fazer? Dar sete voltas e meia à roupa do puto, revirando caixas e sacos, vendo o que ainda é grande, o que já está peqeuno, o que deve ficar mais à mão e assim por aí a adiante. 

O que é que isto deu? Num caos desde o corredor até ao quarto do miúdo. 

O que é que eu detesto? Casa desarrumada quando recebo visitas. 

Quem é me bate à porta quando eu estava prontinha a despachar as Testemunhas de Jeová da volta das 17?  A Magda, o Silent Man e a Alexandra. 

Ia tendo um enfarte do miocárdio, três AVC's e nem sequer tinha queijo, nem fiambre, para o lache. Vá lá, pelo menos tinha manteiga. Sendo que a Alexandra é vegetariana... Também tinha manteiga de amêndoa. Menos mal. Até porque vieram mais carregaos que o burro dos meus vizinhos quando regressa da feira. 

Quem ficou numa excitação foi o Caracolinho, que adora conhecer gente nova e não lhes largou mais as asas, sobretudo da Alexandra. 

Ainda tentei convencer aqueça malta que podíamos perfeitamente jantar lá em casa. Eu fazia o jantar, na boa e era excusado irmos para um restaurante. 

Não levei a melhor, claro. E ouvi meia dúzia de vezes "Queres sentar-te aqui ao pé de nós?", o que m'enervou um bocado, porque além de eu estar quieta, é À NOSSA BEIRA que se diz. enfim, malta de Lisboa que não percebe nada, para eles é tudo "MAGNÍÍÍFICO", com vários acentos do Í, em vez do bom e velho MARABILHOZO. Sotaques à parte, lá fomos jantar. 

Ora, quem mais estava para a jantar? 

'Xatamente, a Just e a Mula. 

De repente, em menos de duas horas, passamos de um jantar entre dois bloggers, com respectivas famílias, para um jantar a 4 bloggers que rapidamente se transformaram em 6, mais as respectivas famílias. 

E foi... Espetacular! Somos muito bons mas palavras, mas somos ainda melhores nas conversas e parvoíce ao vivo. Foi um peso saber que, no fundo, somos todos tão compatívelmente malucos ao vivo coml aparentamos no virtual. 

Não sei como a Alexandra, a Magda e o Silent conseguiram organizar uma surpresa semelhante, sozinhos e sem se enganarem nas caixas de mensagens. Devem ter sido uns dias bastante aflitivos... 🙄

Ficaram a faltar a Fatia e a Drama, que não conseguiram estar presentes. Contudo, estiveram sempre, mesmo não estando presencialmente. Já a Cunhada, que também não esteve, não se livrou de uma vista à médico no domingo seguinte pela fresca. Depois de me assegurar que os Pássaros do centro e sul tinham um bom pequeno almoço e reforços para a viagem, que eu bem sei que em Lisboa e Coimbra não há cacetes nem regueifa doces como aqui. 

Faltaram os espinafres, mas isso... Fica para uma próxima. 

Há vários tipos de amigos


Os que estão lá sempre e desde sempre, cuja memória conjunta remonta até muito antes de darmos os primeiros passos. s
Os que não sendo irmãos, partilham o mesmo ADN de cumplicidade e são-no sem querer e sem o menor esforço. 
Há os que estão, mesmo não estando. 
Aqueles com quem poderemos retomar a conversa exactamente no mesmo ponto em que ficou, mesmo que tenham passado décadas. 
Depois há aqueles que não conhecemos fisicamente, mas que por mero acaso virtual se juntaram aos nossos dias tornando-os imensamente melhores. 
Há aqueles que chegam com força de um furacão nível IV e que sabemos imediatamente que queremos ter sempre por perto. 
Há ainda aqueles que chegam devagar, como as ondas do mar quando a maré vaza, mas que permanecem sempre seja em diálogos silenciosos ou em conversas infinitas. 
Há os improváveis - aqueles a quem torcemos o nariz ao primeiro olhar mas sem quem já não imaginamos a partilhar uma ocasião especial. 
Há os foliões, que riem por tudo e por nada conseguindo arrancar um meio sorriso no meio da tempestade. 
Há os que estão a meio da subida, não por escárnio ou vaidade mas apenas para te lembrar que parte do caminho é teu, mas que terás sempre alguém para te acompanhar, basta pedires. 
Todos eles, sem a menor excepção, tornam os nossos dias melhores, mais leves, menos solitários. Todos eles nos fazem pensar como era a vida antes da sua chegada, sem nos lembrarmos exactamente dessa fracção de tempo. 
Todos eles me fazem agradecer, todos os dias, não só o facto de existirem, mas também por me permitirem fazer parte da vida deles. 
Dizem que os amigos dão vida e cor aos nossos dias. E eu posso garantir: tenho os melhores pintores do mundo comigo.