Porque fazes isto, Caracol?
- Isto o quê? - pergunto em jeito de resposta.
É óbvio que sei ao que a pessoa se refere. A isto. A este espaço virtual com nome de um molusco. A resposta, essa, varia consoante o meu humor, a minha vontade e disposição.
A primeira, que me salta logo à boca, é o prazer. Em escrever, em divagar, em aparvalhar, em procurar as melhores palavras para aquele momento. Em entrevistar, em conhecer, em ficar surpresa com a resposta do outro, em dar a volta ao texto porque se esquiva àquilo que pretendo. É um exercício extremamente prazeroso.
A seguinte, numa prespetiva mais egoísta da coisa, acaba por ser o não me sentir sozinha. Não sentir que sou só eu a ter dúvidas na maternidade, que há mais quem não saiba lidar com as birras, com os choros, quem perca o norte nesta aventura. Que não sou a única a maldizer a minha vida enquanto vou ao ginásio, a não conseguir levantar um pêlo no dia seguinte.
Escrevo para os outros, claro, de contrário não teria esta casa, ou torná-la-ia privada, mas faço-o primeiramente por mim e para mim. Pela minha sanidade mental umas vezes, como escape noutras, como forma de rir no meio de um dia de merda.
Raramente consulto as estatísticas. Recebo o relatório mensal do sapo e fico felicíssima ao ver o número de pessoas que por aqui pára. Seja uma ou duas mil. Alguém parar para ler o que escrevemos é o mais gratificante disto. Porque, como já disse, faço por mim, mas para vocês. Que sem isso, sejamos francos, não teria tanta graça. :)
Obrigada a todos os que por cá param, de vez em quando. :)