Era uma vez...
Uma centopeia enorme.
Gigante.
Gorda e feia, com milhentas patas e umas antenas que encostariam os satélites da NASA a um canto.
A bicha, que era mesmo grande não sei se já perceberam, achou por bem acomodar-se na parede do meu quarto. Não no meio, onde o seu extermínio seria fácil, rápido e eficaz. Não! Sua excelência, grandiosa centopeia, decidiu aproveitar o pequeno espaço entre a parede a moldura que enfeita a minha mesa de cabeceira.
Ora, o que é que uma pessoa faz perante tal situação? Saca do chinelo, correndo o risco da bicha dar conta correr a uns quantos pés? Não! A pessoa terá que ser mais inteligente. Engendrar um plano infalível, tecer rápida e eficazmente a teia de morte da centopeia.
Sai de fininho, não apaga a luz - não vá a bicha perceber a mudança de clima - corre a buscar o insecticida mais próximo e..... TSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS TSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS TSSSSSSSSSSSSSSSSSS TSSSSSSSSSSS para cima da bicha, que corre esbaforida,tentando esconder-se atrás dos móveis que a pessoa arrasta e TSSSSSSSSSSSSSSSSSSS TSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS rTSSSSSSSSSSSSSS TSSSSSSSSSSSSSSSSS para cima da sacana que, começa a tombar, girando sobre si mesma, numa luta pelo ar puro. Agarra-se à vida com a força das suas cem patas e ainda consegue chegar à porta do quarto, mesmo a tempo do meu TSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSSS épico final.
Vencida a árdua batalha, limpos os despojos de tão vil inseto, fez-se do sofá uma cama, tal era o cheiro a inseticida vitória naquela divisão.