Ter noção que isto irá, inevitavelmente, acontecer (espero que só daqui a uma porrada de tempo):
- O meu filho vai portar-se mal e fazer asneiras;
- O meu filho Vai fazer birras do pior e quando/onde eu menos esperar;
- O meu filho vai arranjar desculpas para não comer a sopa (ou qualquer outro alimento),vai fazer fita e cerrar os maxilares como se não houvesse amanhã;
- O meu filho vai dizer palavrões;
- O meu filho vai fingir que não conhece as regras e tentar instituir as suas próprias leis, que serão, preferencialmente, nenhumas;
- O meu filho não será (nem eu o queria) perfeito, será sempre mais qualquer coisa, mais especial, mais bonito aos meus olhos, mas não perfeito.
Assim como os seus pais não o são.
Cabe-nos a árdua, por vezes ingrata, tarefa de educar, com tudo o que isso implica. Certamente seremos bem sucedidos algumas vezes, mas não tenho dúvidas que falharemos em igual número. Porque educar não é matemática, não é uma ciência exacta e é necessária uma certa dose de calma, paciência e firmeza. Mesmo que isso implique ficar com os nervos em franja e com o coração dorido.
Nunca, mas nunca, me passou pela cabeça que uma grávida tivesse tantos apetrechos. Ele é cintas, ele é meias de descanso, ele cremes para isto e para aquilo, ele é os exames e toda uma catrefada de papeis que devem-sempre-andar-connosco. E ainda não cheguei à fase de preparar as malas para a maternidade. (Fartam-se de me moer o juízo sobre este assunto. Talvez fale dele mais tarde.) ME-DO.
Adiante, dizia eu que tenho novos melhores amigos. Permitam-me que vos apresente dois dos meus parceiros diários:
As meias de descanso
Não são lindas? Begezinhas, cor-da-pele, combinam com tudo, com calças, calções, saias, vestidos, macacões e até leggins! Uma lindeza!
Ironias à parte, uso-as desde o primeiro trimestre e não quero outra coisa. Demoro uma eternidade a calça-las pela manhã, impediram-me de usar sandálias grande parte do verão, mas, meus amigos, não à dinheiro que pague não chegar ao fim do dia com os pés de um ogre. Mesmo com meia, em dias mais quentes, lá incham um bocadinho, mas nada que se pareça com não usá-las. Pela parte que me toca, só não as levei a trabalhar comigo uma vez, jurei que nunca mais as deixava em casa. Prefiro suportar um bocadinho mais de calor - que na realidade não é assim tanto, é um hábito - do que ficar n vezes mais cansada ao final do dia. Além de que, previnem o aparecimento de varizes, o que é espectacular para quem tem um perímetro abdominal maior que a baleia azul.
Cinta de Gravidez
É tão linda quanto as meias de descanso, mas abençoada seja todos os santos dias. Faz parte da minha indumentária desde os 4 meses e, tal como as meias, nunca a deixo em casa. É daquelas peças que olhamos e ficamos a pensar "Mas que raio vai esta treta fazer?! Ainda por cima é feia que dói..." Posso garanti-vos: cinta é sinónimo de conforto. Quer se passe muito tempo de pé ou sentado (no meu caso, estou sujeita aos dois no local de trabalho), temos sempre a barriga sustentada e equilibrada. Noto diferença, por exemplo, na agilidade, como a cinta "levanta" mais a barriga,torna-se mais fácil caminhar ou agachar, por exemplo. Só é chato na altura de ir à casa de banho, mas já ouvi falar de umas que têm colchetes (tipo body), devem ser bem mais práticas.
Além destes, descobri também os cremes anti-estrias. Aqui, confesso-me mais preguiçosa, embora mantenha o ritual de me besuntar à noite. Descobri a Mustella 9 meses, logo no começo da gravidez e é a que uso desde então. É super fácil de espalhar, não cola e tem um cheirinho delicioso. Além do creme, vou intercalando com o óleo, por ser mais untuoso e, parece-me, ser absorvido mais rapidamente.
E por aí, mais alguém usou destas coisas giras na gravidez? Ou ficaram só mesmo pelos cremes, suas vaidosas?
Assim, num abrir e fechar de olhos, uma grande parte das pessoas que conheço, estudou nas melhores escolas de medicina, sabe as composições dos medicamentos e, c'um caraças, até sabem o que podemos tomar.
Já conhecia esta apetência em alguns, aquando a doença da minha mãe, mas confesso que é coisa que me continua a surpreender.
É que uma coisa é mandar bitaites (eu também os mando), outra coisa é manda-los com certezas médico-cientificas aprendidas na wikipédia. É incrível como conto pelos dedos os que dão palpites e acrescentam: "Mas fala com a tua médica primeiro". Incrível que haja tanto supra sumo da medicina por aí espalhado e ninguém os valorize.
Já não é a primeira vez que declino palpites sobre o que faço ou deixo de fazer na gravidez, mas também já não é a primeira vez que sou obrigada a dizer "se um dia precisar de outro médico, logo te contrato".
Dou graças por ter o bom senso de não andar a mostrar as ecografias a torto e a direito, temo só de pensar no que a médica (e o técnico que a fez) terá deixado escapar.
A vocês, médicos de praça, muito obrigada por tão valiosas informações e postas de pescada, mas aproveitem o vosso tempo e vão dar sangue. Ou plaquetas. Os doentes a sério, seguidos por médicos a sério, agradecem.
E querer que as suas queixas sejam ouvidas e, preferencialmente, lhe façam uma massagem aos pés e lhe sirvam uma canjinha quente.
Sobretudo o homem.
Sou pessoa de poucos queixumes, é verdade. Estou sempre bem, nunca me dói nada (mesmo quando tenho a alma estilhaçada), estou sempre disponível. Em suma, sou uma fixória de uma pessoa.
Ora pois que, estando grávida, queixo-me. E aproveito-me, confesso, dos queixumes. e depois sujeito-me a estas tiradas:
- Estou cá com uma moinha nas costas...
- Hmm.
- Acho que vou deitar um bocadinho... Embora seja estranho, porque se caminhar a moinha alivia mais.
- Então vai caminhar e não escarrapaches no sofá!
Vêm o que dá ser uma santa (?) de uma mulher e nunca se queixar e nada? É este o resultado: ficam mal habituados.
Escusado será dizer que quem arrumou a cozinha foi ele, já que a grávida caminhou alegremente para o sofá, onde se escarrapachou e reclamou a posse do comando!
Ter uma raiz de quase 5 metros e não poder pintar o cabelo.
Quer-se dizer, ninguém me mandou esperar 4 semanas para pensar que, ah e tal, se calhar era boa ideia voltar à minha cor natural, porque diz que não convém às gestantes e a M passou quase a gravidez toda sem retocar as madeixas e ficou horrível (mas um horrível bonito, não te zangues M!) e rebéubéu pardais ao ninho, quando na realidade o puto já estava instalado nas minhas entranhas!
Teimosinho, hã? Uma bola de células e já a pensar: Ai queres ir ao cabeleireiro? Espera aí que já te conto! Fosses mais cedo! Ou não sabes que quem anda à chuva molha-se, mamazita?! Vai ser duro de vergar este mafarrico...
Aposto que sempre que solto frases menos bonitas - o que acontece todos os dias - sobre os meus cabelos, ri-se à fartazana!
Adiante, há sempre um lado positivo: quando chegar às 40 semanas, terei madeixas californianas! Diz que está super na moda e portanto, estarei super fashion para receber o catraio!
Claro que, duvido, o aspecto das minhas pontas seja o mesmo que as da Sónia Balacó (deve ter a mania que é gira e moderna, copiona!)
E seja um bocadinho assim a modos que, a rasar o azeiteiro, bimbo, bem vocês percebem a ideia. Assim algo tipo isto:
Brrr... Acho que vou adquirir imensos tótós e coisinhas para prender o cabelo! E aprender, de uma vez por todas, a fazer tranças!