Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Sou fit! E agora? #13

Armadilhas mortais para tótos

 

Ai senhores, estou cá com uma vontade... Jasus! Pirava-me já daqui mais depressa que Bolt percorre 100m. Já tinha idade para ter juízo, de facto, mas não!, venho pr'aqui como se não tivesse morrido e falecido ontem, como se estivesse fina e fresca como as alfaces do Lidl, como se não estivesse mais partida que a última bolacha do pacote de todo o stock daquele lote. Mas bom, já que vim, pelo menos vou acelerar um bocado, não preciso testar os limites mínimos de velocidade do tapete. Credo! 10 não! 8 chega perfeitamente, só para manter o ritmo constante e coise e tal. 
Que raio vou fazer para o jantar? Acho que ainda tenho lá umas...

A partir daqui, aconteceram várias coisas. Por ordem:

- Um dos meus pés saiu do tapete e tentou fazer com que a lateral do tapete rolasse também. Obviamente, não resultou.

- Perdi o equilibrio e apoiei ambas pontas dos pés no centro do tapete. Erro crasso: a velocidade ganhou terreno.

- Percebi que ia malhar

- Tentei segurar-me à lateral da máquina. Não deu.

- Vi o tapete demasiado perto

- Tentei agarrar-me a qualquer coisa. Não arranjei nada.

- Ouvi o professor perguntar: "Vais cair?" ao que me apeteceu responder: "não, faço isto quando estou entediada. É uma maneira de matar o tempo."

- Os pés assentaram no chão firme, mas ainda numa posição esquisita.

- O resto do corpo sofria com a inércia do movimento e cedia à gravidade.

- Percebi que ia bater com a cabeça no tapete.

- Tentei equilibrar a queda com as mãos, o que me levou a galopar com os membros superiores cerca de 3 segundos.

- Consegui restituir algum equilibrio e ergui o tronco.

- Chorei a rir e ainda contribui para uma pausa no sofrimento dos colegas.

 

Quem é 'miga, quem é? 

Quando uma mariquinhas pensa que é valente

Sou mariquinhas.

Ponto.

Não há volta, passo a vida a queixar-me que dói, que não quero mais, que não preciso de mais carga, que não quero e blá, blá, blá whyskas saquetas. Só que de vez em quando o meu tico e teco entram em curto circuito, pára-me o relógio e dá-me para as loucuras.

Ora, ontem, atrasada como sempre, vá de montar rapidamente a barrita (aula de power/bodypump) com a carga que a minha mariquice julgou correta. Ao pegar na barra detectei imediatamente duas coisas:

1) Parecia demasiado leve (era quem me batesse...)

2) Estava demasiado à frente na sala e demasiado próximo de quem vê TUDO. 

Num momento absolutamente insano, caiu em mim uma espécie de consciência fit levada a extremo e pensei: "é melhor pôr mais uma rodela, antes que me perguntem que peso é este", coisa que fiz no mesmo minuto, com o aval de quem comanda. 

Não percebi, confesso, porque metade da turma se riu naquele instante. Aquela era, na minha cabeça, a carga habitual para aquele exercício (bíceps) e que nós, como bons alunos que somos, contrariamos sempre colocando menos peso - aquele que tinha inicialmente. Só que... Ao focar bem (o meu astigmatismo é lixado) a barra das colegas, percebo que têm o peso que inicialmente coloquei (10kg). Todas. Professora incluída. Morri. A meio da segunda ronda, percebi os comentários, claro, e a barra começou a assemelhar-se a um fio de esparguete cozinhado demais, num zig zag mal amanhado e mal seguro nas minhas mãos. 

Aguentei maizómenos bem até ao fim (yei! Palminhas para mim!), embora me apetecesse retirar o meu extra bacon daquela equação. Não obtive ordem para, portanto lá fiz a terceira ronda a rezar mais pais nossos que todo o seminário junto. 

Se custou? Eh pá, um chiquito. Mas, muito sinceramente, não tanto quanto pensei ao dar conta do "erro". Prova que parte do esforço foi mais mental (algo do género "como é que lembraste de pôr mais peso?! O que é que te deu?! Tás louca?!") do que propriamente físico. Isto claro, dito agora, porque nos segundos que durou a porra da terceira ronda, desejei chicotear-me por não reparado primeiro qual era o peso que estavam a utilizar. 

 

Moral da história: quando a carga vos parecer demasiado leve, continuem que isso passa. 

Atletas Anónimos - O António e a Maria João

 

Depois da Páscoa - e dos exageros - nada melhor que retomar (e intensificar) a atividade fisíca. Para que não vos falte motivação, convidei dois compinchas (dos valentes, hã?) para duas de letras. 

Um desafio, porque são dois ao mesmo tempo, que culminou numa conversa intimista e deliciosa. 

A vossa atenção à Maria João e ao António, por favor.

 

Agora que a Páscoa já terminou e estamos todos a precisar de malhar (de novo), contem-me lá: há quanto tempo começaram a fazer exercício e porque decidiram dar o primeiro passo?

MJ: Eu sempre fiz desporto, desde criança, apesar de sempre ter tido excesso de peso! Passei pela ginástica, depois pela natação, andebol e por fim inscrevi-me no ginásio, por volta dos 14 anos. Mas só há cerca de um ano é que estou no Madugym.

A: Eu sempre adorei e pratiquei desporto. Desde os 5 anos que joguei futebol federado. Até aos 18 nunca tive problemas de engordar. Depois, por culpa de trabalho e por ter deixado de praticar tão assiduamente, aumentei bastante o meu peso. Chegando a uma estupidez de 115kg.

Wowowowowow.... 115kg?! Tu?! Caramba...Como é que sempre praticando desporto, se deixa de ter tempo para ele?

A: Yap. 115!!! Emergência mesmo… No meu caso deixei por um tempo, mais tarde retomei a jogar futebol com os amigos ao fim de semana e comecei a praticar BTT. Às vezes era falta de tempo, ou falta de vontade e também desmotivação. 115 kg não são muito motivadores na prática de qualquer desporto.

Acredito... Até porque não tens o mesmo rendimento. Conseguiste perder quanto em quanto tempo?

A: Exactamente. Até que me "caiu a ficha": comecei a ter mais controlo na boca e comecei a dar mais uso à minha menina (bicicleta). Fazia controlo de peso todos os dias! Tinha objectivo de ter sempre menos, nem que fosse 50grms! Ao fim de ano e meio tinha menos 30kg, mas muito fraco em rendimento. Faltava pulmão e definir mais músculo.

Além da mais que notória perda de peso, notaram mais benefícios em fazer exercício regularmente?

A: Sim, notam-se bastantes diferenças em coisas que por vezes nem damos conta, como andar mais calmo, descansar melhor… A resistência aumenta bastante nas tarefas do dia a dia.

MJ: A primeira foi deixar de sentir falta de ar ao apertar as sapatilhas - que vergonha dizer isto com a minha idade! Agora a sério, ajudou em situações práticas do dia a dia como carregar os sacos das compras; ajudou a aumentar a motivação para deixar de fumar (não fazia muito sentido fazer exercício e depois mandar abaixo uns cigarros); melhorou a qualidade do sono; ajudou a diminuir a minha tendência depressiva; ajudou a aumentar a auto-estima, a descobrir capacidades que não sabia que tinha; promoveu o estabelecimento de laços de amizade (muito importantes de momento) e deixou o bichinho da superação a funcionar (porque acima de tudo eu compito comigo mesma e não com os outros) para tentar alcançar novas metas a cada dia.

Não fazia sentido nenhum (fumares) e ainda bem que deixaste. A propósito do bichinho da superação, ainda bem que falas nisso: entranhou logo ou ainda esteve em banho maria algum tempo?

MJ: Eu inscrevi-me no ginásio determinada a mudar o meu corpo. Uma vez que já tinha perdido tanto peso, estava na altura de complementar esse trabalho! No primeiro dia fiz 3 aulas: jump, power e cycle. Só agora, recentemente, soube que na passagem para a terceira, quando a Cátia me viu a tirar senha foi à Filipa dizer: “aquela miúda nova, a Maria João, fez jump e power e veio tirar senha para o cycle, não lhe vai dar o fanico?” Voltando ao que estava a dizer, eu entrei determinada e quando tive contacto com a Cátia pensei: "Quero ser como tu". Tornou-se como um ídolo para mim, aquela irmã mais velha que eu nunca tive ou algo do género... Mas por outro lado pensava: ela é uma força da natureza, eu nunca vou ter a energia dela! Portanto, acho que o bichinho da superação acordou no dia em que entrei e vi que tinha ali uma grande inspiração, alguém à altura para me ajudar a alcançar os objetivos! Mas, quando esse bichinho vinha, sentia as dores musculares que tu própria já conheces, ficava em coma e só pensava: isto não é para mim!

Tu és completamente doida!!! Três aulas seguidas?! TRÊS?! Quantos sacos de açúcar emborcaste? E mexias te no dia seguinte ou ficaste em estado vegetativo?

MJ: 3!!! Nenhum! Mexia, com alguma dificuldade as pernas, mas mexia. Tanto mexia que devo ter ido treinar no dia seguinte.

E a ti António, a febre do exercício pegou logo ou resististe até ao fim?

A: No meu caso não foi bem o resistir, até porque a menina Cátia não deixa. Mas a superação que a MJ fala também aconteceu comigo. Por exemplo: hoje tens 20kg na barra e estás no limite (julgas tu). No outro dia, ouves a Cátia a perguntar "que peso é esse?" E lá vão mais 5kg. Depois dás contigo a aumentar 10/12kg ao que pensavas ser o limite. Então pensas: afinal consigo isto e muito mais. Depois todo o ambiente que se formou no ginásio: o espírito de entre ajuda, os desafios que nos colocam, os amigos que fazemos, tudo isso faz com que queiras atingir objectivos para teu bem e também um pouco como forma de agradecimento por tudo o que fazem por ti e pelas pessoas que são. Neste momento não me via a estar parado sem fazer exercício.

Barra... 20kg...isso existe?! A última vez fiz com 10 e tive tantas saudades dos meus 7...(Sou uma fraquinha, eu sei.)

 Vocês são dois, a motivação para continuar e não faltar é a dobrar ou pelo contrário, é mais fácil ceder à preguiça?

MJ: Acho que é a dobrar! Há fases em que um anda mais motivado que o outro e acaba por arrastar o que está preguiçoso.

A: Exactamente. Assino por baixo a resposta da MJ.

Foi difícil, no início, inserir a rotina do exercício? De que forma o conseguem inserir na vossa vida?

A: Não achei muito complicado. Uma questão de adaptação e prioridades. Depois as amizades que fizemos, juntamente com o ambiente do ginásio faz com que nos sintamos bem e parece que estamos sempre à espera da hora de lá voltar.

MJ: Não foi difícil. Primeiro pela oferta de aulas do ginásio, depois porque como ambos somos sócios, acabamos por até ir juntos e não temos de abdicar de estarmos juntos para ir ao ginásio. Assim ninguém sente que é deixado para trás por causa dos treinos. E tal como o Tozé disse, como atualmente o nosso grupo de amigos passa um pouco por alguns outros sócios, quando marcamos convívios é depois do treino.

Neste tempo todo, já perderam os quilogramas que tinham estipulado?

MJ: Eu cheguei a perder peso a mais! Houve uma altura que cheguei aos 49,5kg e a coisa já estava a descambar, mas depois consegui encontrar um equilíbrio! Agora o que acontece é que já não me guio tanto pela balança, guio-me mais pela roupa. Porque a massa muscular é mais pesada que a gorda e uma pessoa às vezes pensa que está muito bem e se vai à balança desanima. Acima de tudo o importante é estarmos saudáveis e sentirmo-nos bem para podermos viver a vida! Em tempos já fui "escrava" do meu corpo: evitava certos sítios e certos convívios ou então ia e comia comida de grilo, enquanto os outros comiam francesinha. Mas a vida é muito curta para lhe colocarmos restrições que nos fazem infelizes. Como um dos maiores prazeres da vida para mim é estar à mesa com os amigos... Há que treinar para compensar!

A: Eu ainda não atingi o peso que pretendia. até pelo contrário cheguei a aumentar. Talvez pelo que a MJ diz em relação ao peso da massa muscular vs massa gorda. A realidade é mesmo essa: a roupa agora é que manda e não a balança.

E em termos de treino, algum objectivo estipulado para este ano? Eu tinha a Petrus, por exemplo, mas neste momento gostava mesmo, mesmo de Conseguir aumentar o número de flexões, morro antes das 10…

MJ: Em termos de treino acho que não, só se for aumentar aos km'S que corro ou diminuir o tempo que demoro a correr 10km, que é o meu máximo até agora.

A: No que diz respeito ao treino é tipo cada vez mais e melhor. Quando começaram estas doenças das corridas, conforme o que fazia antes estipulei fazer os 10km em menos que uma hora. Consegui logo à primeira. Pareceu-me muito básico. Fui melhorando Agora tenho um objectivo em mente que é fazer os 10km em menos de 40 minutos. Mas com calma…

Caramba... Menos de uma hora para 10km, logo à primeira é muito nice! Parabéns.

A propósito, doenças das corridas é muito bom! E pega se…

A: A MJ se não me engano também conseguiu menos de 1h. Não foi Ju?

MJ: Fiz 10km em 58 minutos.

Caraças! Parabéns MJ!

Vamos imaginar que do outro lado do ecrã nos lê a mais sedentária das pessoas. E ainda por cima como um pacote de batatas fritas enquanto mexe os olhos. Como a tentariam convencer a ir treinar convosco?

MJ: Pergunta difícil! Eu acho que lhe mostrava a minha foto do antes e depois de perder os meus 25kg, dizia-lhe: se eu consegui, tu também consegues! Deixa de te matar a cada dia que passa com esse sedentarismo e com esses maus hábitos alimentares e vem descobrir aquilo que o teu corpo é capaz de fazer e sentir o bem estar da mudança! Acho difícil motivares alguém que necessite de mudar, acho que podes consciencializar a pessoa do seu estado e dos riscos que corre, mas se a pessoa não estiver intrinsecamente motivada, não muda! Eu tinha consciência de como estava, mas o meu estado emocional fazia com que eu me estivesse a matar aos poucos diariamente… Através da alimentação, do tabaco, das muitas horas que passava na cama - todas as que podia.

A: Eu acho que independentemente de dizer algo, temos de tocar no coração. Mostrava as fotos com as mudanças que tive e dizia todas as coisas boas que acontecem com o exercício, porque não é só a nível físico que temos vantagens mas também a nível psicológico. É uma questão de começar, experimentar e sentir os benefícios de uma vida activa e saudável. Primeiro estranha-se, mas depois entranha-se.

 

Um grande, grande obrigada ao simpático casal que tão prontamente acedeu ao convite, pela simpatia, boa disposição e motivação que trouxeram até este tasquinho. Boa sorte para esses objectivos! 

Sou fit! E agora?! #2

Eu achei que já tinha feito tudo, que tinha mais vidas que um gato neste mundo do exercício. Achei que podia com tudo, que me podiam colocar na pior das aulas que sairia de lá fresca e fofa, como uma alface acabada de colher. 

Eu achava... Até ao dia que me apresentaram devidamente ao Cross Training. 

As quartas são a roleta russa do exercício, nunca sabemos o que nos vai calhar, vamos às cegas e completamente à mercê dos apetites de quem manda. É uma das aulas que mais gosto, verdade, mas também a que mais dor me provoca. 

Mentiria se vos dizesse que nunca nos tinha calhado em sorte cross training, claro que já penamos naquilo que, na altura, classifiquei como "aula de educação física". Sofremos, verdade, mas não teve nem um terço da intensidade da última. Foi assim uma espécie de rissol de entrada para o prato principal, que é absolutamente infernal. 

Lembram-se dos burpees, que eu amo de paixão? 

São cinquenta. 

Related image

 

Flexões com uma porra de um saltinho, que-valha-me-nosso-senhor-não-lembra-a-ninguém?

São 25. 

Image result for gifs wtf

 

Sabem os abdominais? Completos? Daqueles mesmo, mesmo, mesmo, bons?

São 70.

Image result for gifs wtf

 

E pranchas, gostam?

São dois minutos a aguentar e uma porrada de tempo a rodar para um lado e para o outro, qual frango no espeto. 

Image result for gifs what?

 

No final, tens a sensação que te fizeram isto:

 

Image result for gifs dead:

 

 

E os dias seguintes são assim:

 

Image result for gifs tired

 

E pronto, está resumida uma aula que não precisa de qualquer acessório a não ser vosso corpinho. E, acreditem, vão desejar ser atropelados por um camião. E não estou a exagerar. 

Como panicar em três segundos e meio

Ou como ter meia dúzia de AVC's em cinco minutos, também seria um bom título. 

Já lá vai um bom mês e tal sobre este piripaque, mas acho que merece ficar relatado para a posteridade. 

Quem me conhece, assim um bocadinho mais a sério, sabe que nunca, ou quase nunca, dramatizo doenças. Não sou hipocondríaca, relativizo a dor, sou da equipa "toma uns brufens que isso passa", vou deixando rolar... enfim, ainda não sei que raio me deu. 

Naquela sexta feira, dia em corri os primeiros 5km, senti uma ligeira dor de cabeça ao final da tarde. "Resquícios da gripe", pensei eu, enquanto emborcava um brufen. Prolongou-se durante o fim de semana, preocupando a família toda ao almoço de domingo dado o meu ar cadavérico e esgares de dor, mas na segunda senti-me melhor. Tanto que fui ao ginásio, ignorando a sacana da campainha que me alertava que talvez não fosse grande ideia. 

Não foi, claro. O objectivo era correr novamente 5km, em menos tempo, mas nem aos 2 cheguei, tal era a pressão na mona. Tentei fazer outros exercícios, mas não consegui e acabei por ir para o balneário a sentir-me uma inutilidade. 

A dor, que não era bem dor, era uma pressão que subia desde a nuca até meio do crânio, e piorava sempre baixava a cabeça, era de tal forma incomodativa que dei comigo a pedir uma consulta ao patrão cá do sítio, numa tentativa de detetar algum problema neurológico. Nada. Tudo normal. 

Decidi dar um pulo ao ginásio, na esperança que me dissessem que aquilo era uma coisa que se resolvia com meia dúzia de esticões e uns exercícios caseiros, mas não!, depois de um questionário sobre o que lá tinha feito e comigo sempre a insistir que só tinha mesmo corrido, vi a minha vidinha toda a andar para trás quando ouço estas palavras:

- Não é normal, é melhor ires ao médico. E liga para cá quando saíres, para sabermos que estás bem. 

Pronto. 

É que tive logo ali meia dúzia de ataques cardíacos e já me estava a ver a sair do reforço, de maca e com carta fechada para o hospital. 

Mas, sôdotora, afirmou ser crise de rinite, restos da gripe e provavelmente tensão na cervical. Ora, tenho rinite há uma porrada de anos, sei o que aquilo é, e nunca tive aquela sensação. A médica estava errada. Havia ali alguma coisa má, muito má. E tensão na cervical? Pelo amor de deus! Ok, tinha rangido um bocado os dentes a correr, mas mesmo assim... 

Terça de manhã senti perfeitamente a nuvem negra que se aproximava e eu, que a costumo afastar com meia dúzia de impropérios, deixei-me abraçar por ela. Não havia ninguém mais miserável que eu naquela manhã. Apeteceu-me mandar tudo às urtigas, acho até que cheguei a alinhavar a minha mensagem de derrota para o ginásio, mas quem me aturou mais dramaticamente foi a Cunhada:

- Cunhadaaaaaaaaaaaa (assoar de nariz), eu sabiaaaaaaaaaaa (fungar), eu sabia que esta vida não era para mim..... Eu já não vou correrrrrrrrrrrrr (fungar e assoar de nariz) eu já não vou a lado nenhum..... (ranho, muito ranho)..... Para quê que eu me ti nisto... (lágrimas, muitas lágrimas) Adeus munddooooooo cruellllllll.... (paletes de drama ao mais alto nível). 

O estado de espírito melhorou à tarde, mas só à noite é que me bateu a luz:

- OS ABDOMINAIS!!!!!!!!

Passo a explicar: depois de correr, foi-me dito para fazer abdominais em prancha. Só que eu, armada em atleta chica esperta que queria ficar a olhar para a passadeira enquanto me achava a maior da minha rua, fiz dos "normais", longos, muito longos, e todos mal feitos. Apetece-me chicotear-me sempre que volto àquela memória. 

Resultado: 30 abdominais (ou deverei dizer pescoçais?) com a cabeça meia de lado e sempre a puxar pela cervical. Muito esperta a menina, não hajam dúvidas. Era só à estalada. Ou ao chicote. 

Escusado será dizer que isto fez rir muita gente, eu incluída, e que ainda hoje é motivo de chacota. Meio ano de ginásio e arranjo logo lesões, sou muita forte! 

 

 

Diário de uma preguiçosa aspirante a fit #4

Aposto que pensaram que me baldei, não foi?

Mentes preguiçosas, vocês.

Pois que não, retomei o ginásio no dia 1, não sendo tão difícil como pensei, até porque - não acredito que vou dizer isto - já lhe sentia a falta.

Hoje lá irei outra vez até porque esta semana há:

- aniversario do sogro

- casamento de amigos

- festa na terra

Vou ter isto em mente quando quiser mandar o monitor às urtigas durante o treino de hoje.