Considerando que o primeiro livro da tua estante é a letra A, o segundo a letra B e por ai adiante, tira o livro correspondente à primeira letra do teu nome. Depois abre na página correspondente à soma do mês e dia em que nasceste. Qual é o quarto parágrafo?
"A vida foge-nos, escapasse-nos como água entre os dedos. Morremos a cada respiração, a cada palavra, a cada olhar, momento a momento encurta-se a distância que nos separa do nosso fim, nascemos e já estamos condenados à morte. A vida é breve, não passa de um instante fugaz de um brilho efémero nas trevas da eternidade”
Xina pá, pergunta difícil. O meu homem diz que só leio calhamaços, chegou a dizer-me que era um dos seus critérios de seleção para me ofertar livros, o volume de páginas.
Assim de repente, o mais longo em páginas terá sido a bíblia. Conta, não conta?
Vá pronto, eu vou selecionar mais um, até porque é difícil fazer uma sinopse da bíblia.
Quem diz A Filha do Capitão, diz outro qualquer de José Rodrigues dos Santos. O homem só escreve livros de 500 páginas para cima.
Uma das mais belas história de amor que já li (talvez suplantada pel'A Vida Num Sopro, do mesmo autor), talvez um bocadinho descritivo, mas vale tanto a pena! Deixo-vos um bocadinho dele, para vos aguçar o apetite:
"Na vida, concluiria um dia, todos têm direito a um grande amor. Uns achá-lo-iam num cruzamento perdido e com ele seguiriam até ao fim do caminho, teimosos e abnegados, até que a morte desfizesse o que a vida fizera. Outros estavam destinados a desconhecê-lo, a procurarem sem o descobrirem, a cruzarem-se numa esquina sem jamais se olharem, a ignorarem a sua perda até desaparecerem na neblina que pairava sobre o solitário trilho para onde a vida os conduzira. E havia aqueles fadados para a tragédia, os amores que se encontravam e cedo percebiam que o encontro era afinal efémero, furtivo, um mero sopro na corrente do tempo, um cruel interlúdio antes da dolorosa separação, um beijo de despedida no caminho da solidão, a alma abalada pela sombria angústia de saberem que havia um outro percurso, uma outra existência, uma passagem alternativa que lhes fora para sempre vedada. Esses eram os infelizes, os dilacerados pela revolta até serem abatidos pela resignação, os que percorrem a estrada da vida vergados pela saudade do que podia ter sido, do futuro que não existiu, do trilho que nunca percorreriam a dois. Eram esses os que estavam indelevelmente marcados pela amarga e profunda nostalgia de um amor por viver.”