Caracoleta (também) cozinha
O choque.
O drama.
O horror.
Soube disto há pouco mais de duas horas e o meu pequeno mundo culinário desabou para nunca mais se recompor. Nem sei como irei sobreviver à devassidão que a informação provocou na minha vida.
Vou contar-vos, porque alguém tinha de o fazer. Preparados? Aguentem-se aí, está bom?
As colheres numa receita NUNCA devem ser cheias até transbordar conteúdo.
E a pessoa entra em colapso. Hiperventila. Pensa em cortar os pulsos com o cabo da sacana da colher, mas fica dúvida de qual utilizar.
Então já não me chegava não saber o tamanho certo de uma colher de sopa ainda me vêm dizer que afinal aquilo não é para encher até onde der? Que altera as texturas dos bolos e biscoitos e o diabo a sete? Que os seca e tosta qual sol brilhante na pele de um escandinavo? E agora? O que é que eu faço à minha vida? Encho a colher e raspo-lhe o cume com uma faca assegurando que TODO o ingrediente em excesso vai parar ao meio do chão? Ou às paredes? Ou pior! À própria massa que o aguarda?
Pior que isto, o mais dramático, o caso verdadeiramente sério: que colher devo utilizar? Eu não sei quanto a vocês, mas eu, na minha organizada e bonita de talheres tenho, no mínimo, três tamanhos de colheres de sopa e e outro tanto de colheres de sobremesa. há os do faqueiro que utilizamos, as que a tia se esqueceu lá em casa, as que gamamos à colega do trabalho e nunca mais devolvemos, as que eram da mãe. As colheres são como os tupperwares: vão e vêm e nunca estão lá quando precisamos. E depois há outra questão: a profundidade: as minhas são mais rasas, as que eram da mãe são mais fundas, a que gamei à colega é larga... E podia continuar, porque não há uma p$#@ de uma colher igual à outra!
Não me chegavam os três xanax tomados com chá de camomila que emborcava de penalti antes de começar qualquer receita, agora ainda vou ter que lhe juntar meio copo whisky para acalmar os nervos!