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A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

Conselho útil à sobrevivência parental

Pessoas, mães, pais, tios, avós, escutem o precioso conselho que vos dou de boa vontade e sem pedir nada em troca:

 

Nunca, mas nunca, ensinem aos putos cenas possiveis de adaptar a outras situações, possiveis de causar embaraço ou que vos limitem a correção.

 

Dou-vos um exemplo:

Não ensinem os miúdos, no banho, a enfiar a água que cai do chuveiro na boca, para depois fazer um chafariz com ela - leia-se cuspir de volta. E porquê? Porque é altamente provável

que os putos o façam noutras circunstâncias, com público e com matéria diferente da original.

Palavra de Caracol

Quem já teve nariz entupido, ponha o dedo no ar.

 

Eia, tantos!

 

E noites mal dormidas porque os putos têm ranho quase até ao cérebro?

 

Xina mén, tanta maltinha!

 

Sosseguem as vossas olheiras e descansem a insónia, Caracol traz-vos a solução para aliviar esse mal: cebola. 

Isso mesmo, leram bem, cebola. Não precisam de a cozer, refogar, assar ou confitar, bastam umas argolinhas, com cerca de meio centímetro cada, numa taça, junto à cabeceira da cama do entupido, durante a noite. 

 

Claro que há efeitos secundários: o sonhar com bacalhau confitado, cebolada com pimentos ou até um assada da mamã. Mas que alivia a ranhola, lá isso alivia. 

 

Ah, e claro, não se esqueçam de abrir a janela de manhã. 

É por isto que eu digo que ainda temos muito que andar

Muito a lutar, muito a mudar.

Não nos adianta fazer barulho porque o McDonald's distingue os brinquedos do Happy Meal por género, ou porque o anuncio da BMW mostra uma mãe com um bebé e um pai com um puto de sete anos, ou ainda porque uma determinada música supostamente ofende as mulheres.

Para quê tanto barulho com mesquinhices se quando o assunto é sério ninguém levanta a voz?

Conversas de Balcão #4

Ontem, com miúda de sete anos:

M:Sabias que hoje as mulheres mandam?

C: Ah, sim? Porque dizes isso?

M: Porque hoje é o dia da Mulher. Por isso as mulheres mandam.

C: Mas isso não é o dia da muher. O dia da Mulher é para que homens e mulheres mandem de igual forma, nem a mais nem a menos que o outro.

M: Ah!

 

Meio segundo de silêncio depois:

 

M: Continuo a achar as mulheres mais fixes! Por isso elas têm dia e os homens não!

 

#trabalhodecasaparapais #lembratedistoquetambémtensummiudo

 

 

Sobre a eutanásia...

Já tive medo de morrer. Medo do que não iria viver, de não ver novamente pessoas queridas, de deixar de existir.

Com o passar dos anos, o amadurecimento da vida e algumas vivências, posso afirmar que já não a temo. Encaro a morte de uma forma natural: é algo tão inerente à vida como respirar.

Tenho medo sim, muito medo, do sofrimento. De sentir que vou perdendo faculdades, de não ser capaz de pegar numa colher sem que a mesma pareça um haltere de 25kg. Medo da dor. De não reconhecer os meus e dos desprezar, magoando-os. Medo do sufoco. De sentir a evolução de algo que me engolirá a pouco que me pouco. Medo do escuro, do desconhecido. Tenho medo do sofrimento atroz.

Por isso sim, sou a favor da eutanásia. Defendo que cada pessoa deve poder decidir como, onde e quando a sua vida chegará ao fim. Sou a favor de que se tenha a escolha entre o sofrimento e o alivio instantâneo. Sou a favor do direito de escolha informado, refletido e assistido. Sempre.

Mas...

Antes de pensarmos nesta questão, creio e acho essencial, que se valorize (ainda mais), que dinamize (muito mais), que se desmistifique, que se investigue (ainda haverá muito a aprender certamente) no que concerne aos Cuidados Paliativos.

Não é admissível que, na área do Grande Porto, aquele que é o maior (e melhor e mais qualificado) hospital oncológico tenha somente vinte camas na área de internamento deste serviço. Vinte.

Bem sei que estes serviços defendem uma morte natural, que nem sempre terá que ser hospitalizada, mas não chega para todos. Os enfermeiros, médicos e auxiliares desta unidade desdobram-se, dão um braço aqui, uma perna ali, um rim acolá, mas não chegam a todos que precisam. Até porque nem só o IPO-Porto tem doentes em fase terminal. Deveria existir uma rede maior de cuidados paliativos (e continuados), mais abrangente, que chegasse a mais doentes, dando (ou tentando, nem sempre é fácil) o alívio, a dignidade e o conforto.

Portanto, acho que o doente deve ter o direito de escolha, sim. Mas acho que, caso não escolha a morte imediata, deve ter à sua disposição um melhor serviço. Um serviço eficaz, que não se faça esperar entre burocracias e serviços de secretariado. Uma equipa que lhe traga paz, serenidade, carinho, conforto, dignidade e compreensão, para que a vida possa terminar o seu percurso de uma forma natural e o mais serena possível.

De que vale falarmos em eutanásia se não temos sequer outro serviço eficaz e qualificado para oferecer?

Assinala-se hoje o dia mundial da luta contra o cancro

E eu continuo a perguntar: como raio vamos lutar contra algo que vive dentro nós? Algo que nós geramos? Como vamos asfixiar um tumor, se continuamos a respirar? Como o vamos matar à fome, se precisamos de nos manter bem nutridos? Como vamos aniquilá-lo sem ficarmos exangues? Como? Com tóxicos, com radiações? Mas como, se eles próprios geram novos cancros? Não há uma resposta efetiva, real, capaz de nos satisfazer. Não há cura, há um adiamento, um tratamento, algo que nos prolonga a existência. Mas não há, ainda, cura efetiva.

Dizemos muitas vezes que é uma luta desigual, mas não será uma luta entre semelhantes? Um mano a mano de células que partilham o mesmo habitat, o mesmo ADN, o mesmo sangue?

Siddharttha refere no seu brilhante "Imperador de todos os Males": Não será um cientista sozinho, fechado no seu laboratório, confinado ao seu microscópio, a descobrir a cura. Será uma equipa multidisciplinar. Serão oncologistas, investigadores, farmacêuticos, geneticistas, imunologistas, doentes, todos terão um papel importante nesta demanda. É preciso que hajam menos entraves aos investigadores, mas também é preciso que estejam dispostos a partilhar os louros, a saber escutar colegas de outras áreas, mas é preciso, acima de tudo, é muito preciso, que se veja o doente. Que não seja mais um, que não seja um cancro, um sarcoma ou uma leucemia. Que seja o Sr. António, a D.Augusta. Que tenha acompanhamento psicológico desde o princípio (não venham com merdas, é um balde de água gelada que nos cai pela cabeça abaixo, é preciso, sim), que haja uma equipa multidisciplinar, aqui incluo a medicina paliativa, que se fale com o doente, que se escute quem sofre, que não se lhe esconda nada, mas também não se lhe tire o tapete do chão. Que se permita que o doente tenha voz durante esta jornada. Que se permita ter quem mais se quer por perto, que se permita uma sobrevivência digna.

É pedir demais, eu sei, mas é esta luta que julgo ter que existir. E é nesta luta que TODOS podemos batalhar. Dando sangue. Dando plaquetas. Dando tempo. Escutando. Vendo. Partilhando. Abraçando. Chorando. Rindo. Beijando. Amando.

 

A propósito deste dia e em jeito de conclusão, não percam esta fantástica entrevista.

 

OK, isso é muito bonito, mas...

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... É só impressão minha ou o corredor circula em contramão?

Isto do civismo dos automobilistas é muito giro e importante, mas também gostava que o houvesse para os outros, aqueles que também usufruem da estrada. Gostava que os corredores praticassem exercício do lado correto, gostava que os ciclistas respeitassem as mesmas regras de trânsito que me esforço por repeitar todos os dias, gostava muito que os peões que vão ao café, depois do jantar, levassem um colete refletor, porque não se vê um charuto em alguma vielas, gostava que os putos não achassem que a estrada é toda deles e que podem concersar em grupo sentadinhos nos relvado de um jardim, gostava que alguns velhotes não tivessem direito à renovação de carta, da mesma forma que alguns jovens nunca a deveriam tirar. Mas isso, claro, sou eu que vejo coisas, imagino cenas, só os condutores, essas grandessisímas bestas quadradas desejosas de sangue, não sabem ser cívicos na estrada.

Belief

O que têm em comum um estudante de Kung Fu, um peregrino nos Caminhos de Santiago, um menino muçulmano e um professor de música?

A fé.

Todos acreditam em alguma coisa, em alguém.

Estreou ontem, no TLC, esta produção de Oprah Winfrey. E se eu nem gosto muito da sujeita, fiquei absolutamente rendida à série. A qualidade de imagem, os detalhes, a informação simples e clara, os testemunhos na primeira pessoa, tudo me captou a atenção e me deixou presa à televisão durante 45 minutos.

Para quem, como eu, se interessa por religião é sem dúvida imperdível.

Fixem: domingo às 8h. Marquem na box, vale mesmo a pena.

Vale a pena pensar nisto

"Somos todos poeira das estrelas", Neil deGrasse Tyson, em Cosmos - Uma Odisseia no Espaço.

 

Somos tão pequenos, tão insignificantes seres que se julgam altamente evoluídos, no meio de um Universo tão grande, tão vasto e tão complexo, que não passamos disso mesmo: pó de estrelas que já nem sequer existem.

 

Vale mesmo a pena reservar 10 segundos do nosso ocupado dia para pensar nisto.

Porque me traíste tanto?

É esta música, d'A Naifa, que me ocorre quando me lembro de ti e do nosso passado conjunto.

Foi um passado bonito, de companheirismo, de confiança que cega e parvamente depositei em ti.

Sempre que precisei do teu consolo, estavas lá, sempre pronto e disponível, prometendo nunca me deixar sozinha, com falinhas mansas de quem sabe vender o que lhe adita. Eu, a idiota, em ti acreditei, deixando-me levar pelas tuas cantigas.

E o que fizeste tu? Cobardemente me abandonaste. Logo quando mais precisava de ti.

Ainda não consegui perceber porque o fizeste, afinal, sempre te fui fiel, nunca te troquei por outro qualquer cujo efeito fosse similar, nem sequer pelo genérico. Sempre ali, fiel à premissa do "amigos para sempre".

Amigo da onça, foi o que me saíste!

Mas fica sabendo, que a vingança é um prato que serve frio.

Muito frio.

Gelado. 

É que sabes, eu encontrei outro. Muito melhor do que tu. Que te suplanta em todos os sentidos. Ou estavas à espera que aguentasse estoicamente até ao fim da tua ausência?

Empurrei-te para bem longe da gaveta onde moravas, para não ter mais que encarar a tua trunfa traidora. Fechei-te num saquinho bonito, verdinho cor da esperança, e entreguei-te na farmácia mais próxima. Sem ressentimentos, mas não te quero mais.

Por isso...

 

Adeus, Aerius.

 

 

 

 

Olá doçura! =)