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A Caracol

Um blogue pseudo-humoristico-sarcástico. #soquenão #ésóparvo

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Sou fit! E agora? #6

Há um ano que ando nesta vida. 

Há um ano, troquei o assento do meu carro pela passadeira e os livros pelos halteres, numa tentativa de melhor rentabilizar a minha hora de almoço.

 

Não mudei muito, neste último ano: continuo a preferir uma sala semi vazia; em aulas de grupo continuo a preferir os cantinhos; ainda me atrapalho em alguns exercícios; ainda é um bico de obra utilizar algumas gerigonças; ainda me chicoteio mentalmente por me ter metido nisto; ainda sou muitoooooo mariquinhas. 

 

No entanto, também sei que estou diferente: não sou tão envergonhada - tanto que faço dos calções a minha indumentária diária para o exercício (não gozem, tá?); não sou tão tímida (hmmmm ou talvez não :P); estou mais ágil, mais desenrascada e mais com a mente mais leve. Sou ainda mais idiota, tenho mais ideias (grande parte do que aqui escrevo, surge na mente enquanto canso o corpo), enquadro-me mais em aulas de grupo (o que prova que a gerência tinha razão, desde o inicio), mas também gosto de ser eu a definir o que vou fazer, de aplicar (ou tentar, vá) algum conhecimento adquirido, o que, invariavelmente, resulta em fazer menos. Mas pronto, não se pode ter tudo. 

 

Em retrospectiva, olhando para o ano que passou, posso afirmar que, garantidamente, fui mais activa nestes 365 dias do que nos 27 anos anteriores. Ora vejamos: duas provas de 10km - uma com subidas do demo e outra com um calor dos infernos - corridinhas várias, em grupo, geralmente, ou sozinha, menos vezes. As idas ao ginásio somam-se entre 4 a 5 vezes, o que dá o bonito número de 225 minutos, 3 horas e 45 minutos, em movimento, por semana.

 

Xina pá, agora até eu deixei cair o queixo. Nunca tinha feito estas contas. 

 

Claro que o facto de usar a hora de almoço para isto, dá-me menos desculpas para baldas, porque estou mesmo ali, ao lado, se não tiver tanto tempo disponível, faço menos e a escolha acaba por ser simples. Tenho a certeza que, num outro horário a coisa se traduziria em menos tempo. 

 

Se voltava ao que era antes?

Honestamente, não me lembro como era antes. Passava a hora de almoço sentada a ler, no carro. Não havia mais nada. Sinto alguma falta das histórias, da riqueza que a leitura traz, (leio muito menos, agora), mas não troco a sensação de bem estar que a actividade física me trouxe. 

Não pensem, contudo, que foi uma mudança fácil. Não é fácil deixar de ser preguiçoso. É muito mais fácil ceder à moleza, ao não me apetece, hoje não quero. Como em tudo, é um hábito, uma rotina, estipular uma meta e cumprir. Comecei com objectivo de pôr lá os pés, no mínimo, 2 vezes por semana. Depois três. Até lhe apanhar o gosto - e o jeito, diga-se - e conseguir priorizar isto à preguiça. 

As pessoas foram - e são - parte importante deste processo. A energia, simpatia e, mais importante, a empatia, que se vive e se vê ali dentro, faz com que seja fácil lá voltar. Quase como um regressar a casa - mas sem sofá. :P 

Há um ano que mudei. Deixei o sedentarismo, a preguiça e consegui contornar a "falta de tempo". Há um ano que ganhei mais qualidade de vida, mais energia e mais riqueza pessoal. Há um ano que gasto quase tanto voltaren como pasta dos dentes - exagero, gasto claramente mais voltaren. Há um ano que inseri uma rotina da qual já não abro mão.  

Ah, e obrigada Cunhada! Se não me massacrasses tanto a cabeça, hoje não haveria este texto. ;)