Sou fit! E agora?! #9
Vamos lá falar sobre isto. Algum dia tinha de ser, não posso guardar estas coisas comigo é demasiado para uma pessoa só.
Fui a duas aulas e meia de zumba. E porquê duas aulas e meia? - perguntam vocês. Porque da terceira vez em me vi obrigada* a tentar havia bastante condensação na sala tornando a sua prática perigosa (para quem mexe convenientemente, para estátuas como eu estava tudo muito bem) e acabamos por mudar para localizada - confesso que foi a melhor coisa que já ouvi numa aula destas e voltei a ganhar um pouco mais de fé em deus.
Eu e zumba e o zumba e eu temos um grave problema: começa na música, passa por toda a coordenação com que claramente não fui abençoada e termina naquela coisa que se designa por "sentir a música e deixar fluir o corpo".
Lá ber uma coisa, a única altura em que meu corpo flui de forma maravilhosamente bela é quando pratico aquela técnica super conhecida dos destrambelhados: a queda, vulgarmente conhecida por "esbalhardanço". Ah, eu quando caio - ou tropeço e quase lambo o chão - sou super fluída, há todo um movimento bem executado e digno de uma dança contemporânea. Começa na planta dos pés, põe os tornozelos num ângulo esquisito, as pernas derrapam, o rabo apresenta um efeito de mini trampolim dando pequenos saltinhos enquanto tenta evitar que o costedo roce sensualmente pelo asfalto e termina sempre com uma dor de cotovelo lixada, já que este é sempre o cristo das quedas.
Depois há a coordenação. Não sou coordenada. Ok, estou melhor, mas não me peçam para levar a mão direita ao pé esquerdo atrás das costas e inverso com um passe rodopiante pelo meio porque não vou conseguir e o mais certo é terminar amarrada com os meus próprios membros, num abraço desequilibrado, amarfanhado e nada confortável. Acreditem: é muito mais digno morrer a meio de uma prancha marada, porque é difícil de executar, do que não conseguir coordenar a direita com a esquerda - isso é só embaraçador a roçar o humilhante.
E não vamos sequer falar daqueles "abajos" que substitui por agachamentos, daqueles passos deslizantes para todos os lados e que só consigo fazer quando termino de passar o chão com a esfregona ensopada, do torcicólo que quase ganhei por manter os olhos sempre focados no instrutor (e nunca no espelho, já me sentia idiota o suficiente, não precisava de o comprovar num reflexo) e das tentativas de de movimentos sexys. Ah, os movimentos sexys! Gosto tanto! E a anca que parece ter vida própria a descola da cintura numa ondinha perfeita, ao mesmo tempo que os pés fazem um sapateado perfeito. Ah, como isso é bonito. Infelizmente, não sou capaz de executar. A minha anca jurou amor eterno à cintura e selou-o com super cola 3, não mexe, não descola e não desliza, o que faz com eu pareça um carapau tentar sair da rede de pesca. E os meus pés teimam em bater na canela oposta (vá lá que tive o discernimento de manter afastada do grupo...).
Nódoas negras - 1 Movimento Sexy - 0.
Então mas não houve nada de nada que não conseguisses fazer? Houve, claro! Bater palmas. Sou óptima a bater palmas. Acima da cabeça, frente ao peito, atrás dos joelhos... É para bater palmas? Eu consigo!
* Ler muito rápido como as informações de medicamentos que passam no final dos anúncios:
O problema nesta equação de zumba vs caracoleta é única e exclusivamente da minha pessoa. O zumba é recomendado a toda e qualquer pessoa que se disponibilize a mexer, a divertir e a aprender. Válido inclusive a descoordenados e para qualquer idade. Sem efeitos ou danos colaterais a não ser sair da sala a trautear as músicas que rodaram. Ah! E claro que nunca fui obrigada a ir. Só não tinha era alternativas. ;)